Algures no meu percurso académico alguém terá dito que “Toda a gente tem esqueletos no armário”. Por outras palavras, todas as pessoas terão, algures no seu percurso, episódios, segredos ou padrões de que se envergonhem. Esses segredos podem ser exclusivos de uma pessoa, ou partilhados por mais do que um membro da família.
Na verdade, todas as famílias têm segredos – maiores ou menores, mais ou menos graves. Mas estes acontecimentos não constituem um problema em si. O facto de não serem partilháveis não implica que acarretem algo de patológico. Pelo contrário, podem constituir aquela fatia da vida familiar que apenas diz respeito às pessoas cujos laços são mais fortes.
Ainda assim, a maior parte das pessoas tende a olhar para as fragilidades da sua família como as mais graves, as mais problemáticas… as mais anormais. Os adolescentes, por exemplo, são peritos em considerar que vivem rodeados de pessoas com as quais não se identificam.
Mesmo na idade adulta tendemos a olhar para os nossos problemas familiares como “gravíssimos”, e não resistimos a comparar os hábitos da nossa família com os das “famílias normais”. Mas o que é, afinal, uma família normal? E o que é preciso para que uma família seja feliz?
A resposta a estas questões é variável e não pode dissociar-se das vulnerabilidades que enunciei acima. Antes de mais, cada pessoa terá a sua própria concepção de família normal e de família feliz. O desafio passa por conseguir integrar as concepções dos diferentes membros da família.
Mas atenção: as famílias felizes não são imunes aos problemas sérios. Na melhor das hipóteses, aquilo que as diferencia é a capacidade para dar resposta a esses dilemas. Estas famílias não ignoram o seu lado lunar, mas também não permitem que este as impeça de usufruir das mais-valias que os seus laços podem oferecer.
É impossível conhecer com precisão a vida familiar das pessoas que nos rodeiam. À primeira vista, as famílias dos nossos amigos até podem parecer mais felizes, em comparação com a nossa. Mas aquilo que as famílias aparentam é muito diferente daquilo que vivem. Algumas até “conseguem” emitir sinais de bem-estar ao mesmo tempo que se deparam com problemas angustiantes.
Então, por que é que algumas famílias recorrem a serviços de Terapia Familiar e outras não o fazem? Antes de mais, é importante não “psicanalisar” todos os acontecimentos. A maior parte das famílias possui uma capacidade de resolução de problemas extraordinária. Esta aptidão até pode andar escondida e revelar-se precisamente nos momentos mais oportunos. É por isso que as crises também podem funcionar como oportunidades para que a família evolua.
Noutros casos, os membros da família podem sentir que os recursos de que dispõem não estão a ser suficientes para dar a volta. É aqui que entra o terapeuta familiar.
Infelizmente, a partilha deste tipo de problemas pode acarretar a resistência por parte de alguns dos membros da família, o que, nalguns casos, permite que a situação se agudize.
Daí que o pedido de ajuda esteja muitas vezes relacionado com o surgimento de manifestações psicossomáticas num dos membros da família. Ou seja, o esqueleto guardado no armário pode envolver uma tensão emocional demasiado devastadora. Na impossibilidade de se falar abertamente sobre o problema/segredo, a descarga começa a ser feita através de sinais alarmantes mas mais fáceis de abordar – dores crónicas, palpitações, aumento da tensão arterial, ou até ataques de pânico.
Na verdade, todas as famílias têm segredos – maiores ou menores, mais ou menos graves. Mas estes acontecimentos não constituem um problema em si. O facto de não serem partilháveis não implica que acarretem algo de patológico. Pelo contrário, podem constituir aquela fatia da vida familiar que apenas diz respeito às pessoas cujos laços são mais fortes.
Ainda assim, a maior parte das pessoas tende a olhar para as fragilidades da sua família como as mais graves, as mais problemáticas… as mais anormais. Os adolescentes, por exemplo, são peritos em considerar que vivem rodeados de pessoas com as quais não se identificam.
Mesmo na idade adulta tendemos a olhar para os nossos problemas familiares como “gravíssimos”, e não resistimos a comparar os hábitos da nossa família com os das “famílias normais”. Mas o que é, afinal, uma família normal? E o que é preciso para que uma família seja feliz?
A resposta a estas questões é variável e não pode dissociar-se das vulnerabilidades que enunciei acima. Antes de mais, cada pessoa terá a sua própria concepção de família normal e de família feliz. O desafio passa por conseguir integrar as concepções dos diferentes membros da família.
Mas atenção: as famílias felizes não são imunes aos problemas sérios. Na melhor das hipóteses, aquilo que as diferencia é a capacidade para dar resposta a esses dilemas. Estas famílias não ignoram o seu lado lunar, mas também não permitem que este as impeça de usufruir das mais-valias que os seus laços podem oferecer.
É impossível conhecer com precisão a vida familiar das pessoas que nos rodeiam. À primeira vista, as famílias dos nossos amigos até podem parecer mais felizes, em comparação com a nossa. Mas aquilo que as famílias aparentam é muito diferente daquilo que vivem. Algumas até “conseguem” emitir sinais de bem-estar ao mesmo tempo que se deparam com problemas angustiantes.
Então, por que é que algumas famílias recorrem a serviços de Terapia Familiar e outras não o fazem? Antes de mais, é importante não “psicanalisar” todos os acontecimentos. A maior parte das famílias possui uma capacidade de resolução de problemas extraordinária. Esta aptidão até pode andar escondida e revelar-se precisamente nos momentos mais oportunos. É por isso que as crises também podem funcionar como oportunidades para que a família evolua.
Noutros casos, os membros da família podem sentir que os recursos de que dispõem não estão a ser suficientes para dar a volta. É aqui que entra o terapeuta familiar.
Infelizmente, a partilha deste tipo de problemas pode acarretar a resistência por parte de alguns dos membros da família, o que, nalguns casos, permite que a situação se agudize.
Daí que o pedido de ajuda esteja muitas vezes relacionado com o surgimento de manifestações psicossomáticas num dos membros da família. Ou seja, o esqueleto guardado no armário pode envolver uma tensão emocional demasiado devastadora. Na impossibilidade de se falar abertamente sobre o problema/segredo, a descarga começa a ser feita através de sinais alarmantes mas mais fáceis de abordar – dores crónicas, palpitações, aumento da tensão arterial, ou até ataques de pânico.
Confiar na capacidade natural das famílias para resolver os desafios inerentes às diferentes etapas do ciclo de vida é tão importante quanto reconhecer que se precisa de ajuda especializada.