A divulgação dos sinais e sintomas das diferentes patologias (nomeadamente através da Internet) acarreta um risco cada vez mais recorrente: o auto-diagnóstico. Há um número cada vez mais significativo de pacientes que, quando entram no consultório do médico, “já sabem” o que têm. Nalguns casos, os equívocos são resolvidos com uma conversa séria com o respectivo técnico de saúde. Noutros, que envolvem a auto-medicação, as consequências podem ser mais severas.
Nas consultas de Psicologia não há, como se sabe, prescrições farmacológicas. Mas isso não quer dizer que, nesta área da saúde, o auto-diagnóstico não seja perigoso. Na realidade, os “rótulos” podem ser um fardo demasiado pesado e limitativo, pelo que, se uma pessoa se convencer de que tem uma determinada perturbação, é natural que se comporte como tal – passando a incluir uma série de constrangimentos no seu quotidiano.
Um dos equívocos mais frequentes está relacionado com a dificuldade em distinguir estados de tristeza com estados depressivos (de que falarei um dia destes). Outro será a constante confusão entre os conceitos de medo e fobia. Por exemplo, há muitas pessoas que se sentem desconfortáveis com a ideia de andar de avião, mas isso não significa que sejam fóbicas.
Uma fobia implica o medo DESPROPORCIONAL em relação a determinados alvos ou situações. Neste caso, não há apenas medo. Os níveis de ansiedade podem ser tão elevados que a pessoa sinta uma necessidade extrema de condicionar o seu comportamento.
É por isso que a fobia social não pode ser confundida com timidez. De um modo resumido poder-se-ia dizer que a grande diferença está na intensidade do desconforto e nos constrangimentos do dia-a-dia.
Assim, uma pessoa tímida sentir-se-á enervada com a hipótese de ter que participar numa conferência, mas isso não quer dizer que seja incapaz de o fazer. Para uma pessoa que sofra de fobia social esta situação pode gerar um conjunto de sintomas relacionados com o episódio de pânico: taquicardia (sensação de que o coração vai saltar do peito), tonturas, diarreia, sudorese intensa, rubor facial ou falta de ar. Como é previsível, as situações potencialmente geradoras deste stresse vão sendo sistematicamente evitadas.
Ao fim de algum tempo a pessoa apercebe-se de que não é capaz de ter uma vida “normal” – evita entrar em locais públicos sozinha (com receio de ser observada e/ou avaliada), não é capaz de falar em público, foge de entrevistas de emprego, deixa de praticar desporto e de participar em actividades lúdicas em público… Ou seja, perde uma série de oportunidades.
Em termos profissionais e académicos estas pessoas deixam de progredir pois evitam mostrar aquilo que valem. Na escola este medo desmesurado manifesta-se através da incapacidade de responder a uma pergunta colocada pelo professor (mesmo que a pessoa tenha a certeza de que sabe qual é a resposta correcta). Em contexto profissional o padrão comportamental é idêntico: todas as ideias potencialmente inovadoras são desperdiçadas porque a pessoa não é capaz de se expor.
Há uma multiplicidade de circunstâncias que podem estar na origem desta perturbação, mas isso não quer dizer que, depois de identificadas as causas, a pessoa se sinta “curada”. É provável que seja necessário recorrer a uma intervenção psicoterapêutica e/ou farmacológica para que a pessoa se sinta apta a enfrentar os desafios da sua vida social e profissional.
Nas consultas de Psicologia não há, como se sabe, prescrições farmacológicas. Mas isso não quer dizer que, nesta área da saúde, o auto-diagnóstico não seja perigoso. Na realidade, os “rótulos” podem ser um fardo demasiado pesado e limitativo, pelo que, se uma pessoa se convencer de que tem uma determinada perturbação, é natural que se comporte como tal – passando a incluir uma série de constrangimentos no seu quotidiano.
Um dos equívocos mais frequentes está relacionado com a dificuldade em distinguir estados de tristeza com estados depressivos (de que falarei um dia destes). Outro será a constante confusão entre os conceitos de medo e fobia. Por exemplo, há muitas pessoas que se sentem desconfortáveis com a ideia de andar de avião, mas isso não significa que sejam fóbicas.
Uma fobia implica o medo DESPROPORCIONAL em relação a determinados alvos ou situações. Neste caso, não há apenas medo. Os níveis de ansiedade podem ser tão elevados que a pessoa sinta uma necessidade extrema de condicionar o seu comportamento.
É por isso que a fobia social não pode ser confundida com timidez. De um modo resumido poder-se-ia dizer que a grande diferença está na intensidade do desconforto e nos constrangimentos do dia-a-dia.
Assim, uma pessoa tímida sentir-se-á enervada com a hipótese de ter que participar numa conferência, mas isso não quer dizer que seja incapaz de o fazer. Para uma pessoa que sofra de fobia social esta situação pode gerar um conjunto de sintomas relacionados com o episódio de pânico: taquicardia (sensação de que o coração vai saltar do peito), tonturas, diarreia, sudorese intensa, rubor facial ou falta de ar. Como é previsível, as situações potencialmente geradoras deste stresse vão sendo sistematicamente evitadas.
Ao fim de algum tempo a pessoa apercebe-se de que não é capaz de ter uma vida “normal” – evita entrar em locais públicos sozinha (com receio de ser observada e/ou avaliada), não é capaz de falar em público, foge de entrevistas de emprego, deixa de praticar desporto e de participar em actividades lúdicas em público… Ou seja, perde uma série de oportunidades.
Em termos profissionais e académicos estas pessoas deixam de progredir pois evitam mostrar aquilo que valem. Na escola este medo desmesurado manifesta-se através da incapacidade de responder a uma pergunta colocada pelo professor (mesmo que a pessoa tenha a certeza de que sabe qual é a resposta correcta). Em contexto profissional o padrão comportamental é idêntico: todas as ideias potencialmente inovadoras são desperdiçadas porque a pessoa não é capaz de se expor.
Há uma multiplicidade de circunstâncias que podem estar na origem desta perturbação, mas isso não quer dizer que, depois de identificadas as causas, a pessoa se sinta “curada”. É provável que seja necessário recorrer a uma intervenção psicoterapêutica e/ou farmacológica para que a pessoa se sinta apta a enfrentar os desafios da sua vida social e profissional.
Em oposição, uma pessoa tímida precisará de ultrapassar algumas limitações, sem que isso implique qualquer intervenção terapêutica.