Há muito tempo que se ouve falar em correlações entre a satisfação conjugal e o bem-estar. Não será difícil perceber que as pessoas mais infelizes no casamento são aquelas que, em média, apresentam níveis de bem-estar mais baixos. Se a relação afectiva de maior intimidade estiver a ser vivida debaixo de tensão, sentir-nos-emos inevitavelmente mais tristes, abatidos, desmotivados e irritadiços. E as certezas neste campo estão muito bem fundamentadas: diversos estudos têm demonstrado que as pessoas infelizes no casamento apresentam níveis de bem-estar inferiores aos das pessoas viúvas ou divorciadas.
No entanto, poucas pessoas estarão familiarizadas com os estudos que apontam para correlações significativas entre a satisfação conjugal e determinados índices de saúde (física). Em 2004, aquando da publicação do livro “Sobreviver à Crise Conjugal”, procurei chamar a atenção para algumas destas investigações. Por exemplo, quantas pessoas ficariam surpreendidas por saber que a prevalência de perturbações específicas como o cancro, a dor crónica, as doenças cardíacas, as perturbações imunológicas e endócrinas é maior entre as pessoas que vivem casamentos infelizes? Ou que esta prevalência é ainda maior entre as mulheres insatisfeitas?
Esta semana a REDE PSI divulgou um estudo que evidencia que um casamento infeliz pode afectar a saúde dos idosos:
Um casamento conturbado pode acelerar o declínio de saúde que vem naturalmente com a idade (…).Assim como o fumo, o estresse crônico tem um efeito cumulativo sobre a saúde e, além disso, pessoas com mais idade são mais suscetíveis aos seus efeitos, em decorrência do declínio do sistema imunológico. (…) A pesquisadora disse que aconselhamento profissional é a medida mais eficiente para resolver problemas conjugais, mas notou que casais de mais idade são menos abertos a essa alternativa.
A terapia conjugal ganha, assim, ainda maior relevo, já que, tal como o divórcio, é uma alternativa a ter em conta para que qualquer pessoa insatisfeita do ponto de vista conjugal, e portanto exposta a maior pressão emocional, possa enfrentar as dificuldades. Evitar-se-á, assim, a acumulação de stresse e frustração e prevenir-se-ão também algumas mazelas.
Claro que se há ainda muito por fazer no sentido de sensibilizar os jovens casais para a necessidade de abdicarem de potenciais sentimentos de vergonha e pedirem ajuda especializada tão cedo quanto esta for necessária, maior é o caminho a percorrer no que diz respeito à sensibilização dos casais mais velhos. Mais presos às convenções sociais, poucos encaram a hipótese de divórcio como equacionável. Para muitas destas pessoas o casamento é uma “cruz” que deve ser carregada até ao fim da vida, de preferência com poucas queixas, logo, a terapia conjugal fará pouco sentido. Recorrer a “estranhos” para falar sobre assuntos tão íntimos pode ser visto como um sinal de fracasso.
Importa, no entanto, lembrar que nalguns casos a insatisfação conjugal (ou a “cruz”) implica também episódios de violência doméstica, consumo abusivo de álcool e histórias de infidelidades sucessivas.
É bom pensar que as gerações mais jovens estão mais abertas à mudança e que, por isso, serão idosos menos expostos a este tipo de dificuldades.
No entanto, poucas pessoas estarão familiarizadas com os estudos que apontam para correlações significativas entre a satisfação conjugal e determinados índices de saúde (física). Em 2004, aquando da publicação do livro “Sobreviver à Crise Conjugal”, procurei chamar a atenção para algumas destas investigações. Por exemplo, quantas pessoas ficariam surpreendidas por saber que a prevalência de perturbações específicas como o cancro, a dor crónica, as doenças cardíacas, as perturbações imunológicas e endócrinas é maior entre as pessoas que vivem casamentos infelizes? Ou que esta prevalência é ainda maior entre as mulheres insatisfeitas?
Esta semana a REDE PSI divulgou um estudo que evidencia que um casamento infeliz pode afectar a saúde dos idosos:
Um casamento conturbado pode acelerar o declínio de saúde que vem naturalmente com a idade (…).Assim como o fumo, o estresse crônico tem um efeito cumulativo sobre a saúde e, além disso, pessoas com mais idade são mais suscetíveis aos seus efeitos, em decorrência do declínio do sistema imunológico. (…) A pesquisadora disse que aconselhamento profissional é a medida mais eficiente para resolver problemas conjugais, mas notou que casais de mais idade são menos abertos a essa alternativa.
A terapia conjugal ganha, assim, ainda maior relevo, já que, tal como o divórcio, é uma alternativa a ter em conta para que qualquer pessoa insatisfeita do ponto de vista conjugal, e portanto exposta a maior pressão emocional, possa enfrentar as dificuldades. Evitar-se-á, assim, a acumulação de stresse e frustração e prevenir-se-ão também algumas mazelas.
Claro que se há ainda muito por fazer no sentido de sensibilizar os jovens casais para a necessidade de abdicarem de potenciais sentimentos de vergonha e pedirem ajuda especializada tão cedo quanto esta for necessária, maior é o caminho a percorrer no que diz respeito à sensibilização dos casais mais velhos. Mais presos às convenções sociais, poucos encaram a hipótese de divórcio como equacionável. Para muitas destas pessoas o casamento é uma “cruz” que deve ser carregada até ao fim da vida, de preferência com poucas queixas, logo, a terapia conjugal fará pouco sentido. Recorrer a “estranhos” para falar sobre assuntos tão íntimos pode ser visto como um sinal de fracasso.
Importa, no entanto, lembrar que nalguns casos a insatisfação conjugal (ou a “cruz”) implica também episódios de violência doméstica, consumo abusivo de álcool e histórias de infidelidades sucessivas.
É bom pensar que as gerações mais jovens estão mais abertas à mudança e que, por isso, serão idosos menos expostos a este tipo de dificuldades.