Se eu acho que o meu cônjuge está mais gordo do que deveria, devo dizer-lhe? Ou devo ficar calada para evitar magoá-lo? Devo dizer-lhe que o meu desejo se alterou? E se isso provocar uma discussão ou um amuo…?
Com certeza que a generalidade das pessoas já se deparou com o dilema “Dizer ou não dizer…”, seja em relação ao aspecto físico ou a qualquer outra crítica. E também é verdade que já expus aqui a importância da assertividade conjugal. Quem leu o texto dificilmente discordará do que está escrito. A dificuldade pode surgir na altura de colocar esta habilidade social em prática. Os exemplos concretos (e, sobretudo, as pessoas concretas) são muito mais complexas do que qualquer teoria. No entanto, o meu pensamento é condizente com o que aqui escrevi antes, pelo que, perante as interrogações descritas atrás, não tenho dúvidas: o melhor é falar!
O “dilema” resultou de duas ou três questões com que uma jornalista me desafiou há cerca de duas semanas: afinal, até que ponto é saudável que critiquemos a falta de habilidade do nosso cônjuge para a condução? Feri-lo-emos se lhe dissermos que está demasiado gordo? Vale a pena falar ou é melhor ficar calado(a)?
A reportagem não implicaria uma abordagem muito profunda ao tema da assertividade conjugal. Ainda assim, procurei chamar a atenção para as vantagens de se expor aquilo que se sente. Por exemplo, se o excesso de peso de um dos membros do casal estiver a condicionar o desejo sexual do outro, a falta de partilha pode avolumar o problema. De facto, quanto mais aberta e franca for a comunicação entre os membros do casal, menor a probabilidade de ocorrerem equívocos sérios, amuos e distanciamentos. Pelo contrário, a falta de assertividade pode ser o princípio de um fosso entre pessoas que se amam.
Criticar o outro é dar-lhe a oportunidade de mudar, de crescer e de ir ao encontro das nossas necessidades (tanto quanto isso for possível). Se fosse eu a fazer a reportagem, centrar-me-ia noutro desafio: “Como dizer…?” e não “Dizer ou não dizer…”.
O grande desafio está mesmo na forma como fazemos críticas. É importante que saibamos colocar-nos na posição da pessoa que amamos, que conheçamos as suas vulnerabilidades e que as respeitemos na altura de criticar. Claro que é mais fácil valorizar a crítica construtiva quando estamos disponíveis para sermos criticados. E as diferenças pessoais devem ser respeitadas.
É importante que um homem perceba que uma recém mamã não pode recuperar o peso anterior à gravidez com um “estalar de dedos”. Mas é inútil disfarçar a falta de desejo provocada pelas mudanças corporais, já que o silêncio abre espaço para um número infindável de fantasmas. O desafio está na FORMA como expressamos aquilo que sentimos.
Dizer “O teu peito parece o de uma vaca leiteira”, “Estás gordo como uma baleia” ou “És um perigo na estrada” está fora de questão. Algumas pessoas orgulhar-se-ão de serem directas, frontais e, por isso, não se arrependerão de proferir frases como estas. Mas isto é humilhação, não é assertividade. É uma incompetência, não uma competência.
A regra número um da assertividade implica que sejamos capazes de expressar aquilo que NÓS sentimos. Assim, dizer “Sinto-ME menos atraído pelo teu corpo”, “EU não gosto do teu corpo assim” ou “Não ME sinto seguro com a tua condução” implica – em qualquer dos casos – uma crítica, mas sem humilhação. Desta forma evitamos que o outro se entristeça? Acho que não. A crítica implica apontar aspectos que consideramos negativos e todos devemos ser capazes de lidar com este tipo de confrontação. Ninguém morrerá por isso. Mas muitas relações começam a morrer quando optamos por não dar voz aos nossos sentimentos.
Com certeza que a generalidade das pessoas já se deparou com o dilema “Dizer ou não dizer…”, seja em relação ao aspecto físico ou a qualquer outra crítica. E também é verdade que já expus aqui a importância da assertividade conjugal. Quem leu o texto dificilmente discordará do que está escrito. A dificuldade pode surgir na altura de colocar esta habilidade social em prática. Os exemplos concretos (e, sobretudo, as pessoas concretas) são muito mais complexas do que qualquer teoria. No entanto, o meu pensamento é condizente com o que aqui escrevi antes, pelo que, perante as interrogações descritas atrás, não tenho dúvidas: o melhor é falar!
O “dilema” resultou de duas ou três questões com que uma jornalista me desafiou há cerca de duas semanas: afinal, até que ponto é saudável que critiquemos a falta de habilidade do nosso cônjuge para a condução? Feri-lo-emos se lhe dissermos que está demasiado gordo? Vale a pena falar ou é melhor ficar calado(a)?
A reportagem não implicaria uma abordagem muito profunda ao tema da assertividade conjugal. Ainda assim, procurei chamar a atenção para as vantagens de se expor aquilo que se sente. Por exemplo, se o excesso de peso de um dos membros do casal estiver a condicionar o desejo sexual do outro, a falta de partilha pode avolumar o problema. De facto, quanto mais aberta e franca for a comunicação entre os membros do casal, menor a probabilidade de ocorrerem equívocos sérios, amuos e distanciamentos. Pelo contrário, a falta de assertividade pode ser o princípio de um fosso entre pessoas que se amam.
Criticar o outro é dar-lhe a oportunidade de mudar, de crescer e de ir ao encontro das nossas necessidades (tanto quanto isso for possível). Se fosse eu a fazer a reportagem, centrar-me-ia noutro desafio: “Como dizer…?” e não “Dizer ou não dizer…”.
O grande desafio está mesmo na forma como fazemos críticas. É importante que saibamos colocar-nos na posição da pessoa que amamos, que conheçamos as suas vulnerabilidades e que as respeitemos na altura de criticar. Claro que é mais fácil valorizar a crítica construtiva quando estamos disponíveis para sermos criticados. E as diferenças pessoais devem ser respeitadas.
É importante que um homem perceba que uma recém mamã não pode recuperar o peso anterior à gravidez com um “estalar de dedos”. Mas é inútil disfarçar a falta de desejo provocada pelas mudanças corporais, já que o silêncio abre espaço para um número infindável de fantasmas. O desafio está na FORMA como expressamos aquilo que sentimos.
Dizer “O teu peito parece o de uma vaca leiteira”, “Estás gordo como uma baleia” ou “És um perigo na estrada” está fora de questão. Algumas pessoas orgulhar-se-ão de serem directas, frontais e, por isso, não se arrependerão de proferir frases como estas. Mas isto é humilhação, não é assertividade. É uma incompetência, não uma competência.
A regra número um da assertividade implica que sejamos capazes de expressar aquilo que NÓS sentimos. Assim, dizer “Sinto-ME menos atraído pelo teu corpo”, “EU não gosto do teu corpo assim” ou “Não ME sinto seguro com a tua condução” implica – em qualquer dos casos – uma crítica, mas sem humilhação. Desta forma evitamos que o outro se entristeça? Acho que não. A crítica implica apontar aspectos que consideramos negativos e todos devemos ser capazes de lidar com este tipo de confrontação. Ninguém morrerá por isso. Mas muitas relações começam a morrer quando optamos por não dar voz aos nossos sentimentos.