A Isabela e o Alberto estão casados há vários anos. No início da vida a dois atravessaram muitas dificuldades, nomeadamente de ordem financeira. O Alberto estava a completar os estudos, pelo que não trabalhava a tempo inteiro. A generalidade das despesas era, por isso, paga pelo ordenado da Isabela. Não tinham casa própria e viveram algum tempo em quartos alugados. Ainda assim, os seus rostos parecem iluminar-se quando descrevem este período das suas vidas. As dificuldades seriam, aos seus olhos, pormenores. Viviam um grande amor, sentiam-se muito unidos e lutavam por um projecto familiar alicerçado em valores comuns.
Menos de uma década depois, tudo está diferente. O brilhantismo académico do Alberto abriu as portas de uma carreira de sucesso, nasceram três filhos e a Isabela abdicou da profissão em nome dos filhos. Há muito que deixaram de “contar os tostões”. Agora o Alberto é um profissional respeitado cujos negócios ascendem aos milhões. Os olhos dela mostram agora uma grande tristeza e os dele transmitem uma certa rudeza.
As escolhas aparentemente feitas a dois distanciaram-nos. As conversas giram à volta das crianças e pouco mais. De acordo com o Alberto, o tempo escasseia e o cansaço provocado pelo trabalho não lhe dá disponibilidade para muito mais. Aos olhos da Isabela, deixaram de conversar porque vivem em mundos diferentes.
Quando chega a casa, o Alberto gostaria de ver a mulher feliz. Afinal, tudo o que tem ganho tem sido investido na família. Não compreende por que é que a Isabela não consegue usufruir dos “luxos” que ele lhe proporciona. Estranha a depressão que tende a arrastar-se. Já perdeu a paciência. Ele tem trabalhado tanto…
Enquanto está sozinha em casa, a Isabela imagina que o marido vai entrar com uma surpresa romântica qualquer, como acontecia no início da vida a dois, e que, juntos, vão rir muito. Quando o Alberto chega, o coração bate mais célere e a ansiedade toma conta dela. Apressa-se a esconder as revistas cor-de-rosa que lhe preenchem os dias. Sabe que o marido se irrita com essas “futilidades”. Não quer sentir-se mais uma vez desvalorizada. Mas também não tem estofo para iniciar conversas que digam respeito ao aquecimento global ou à desvalorização do dólar… Queria falar de si, mas teme que o marido se aborreça, que perca a paciência.
Menos de uma década depois, tudo está diferente. O brilhantismo académico do Alberto abriu as portas de uma carreira de sucesso, nasceram três filhos e a Isabela abdicou da profissão em nome dos filhos. Há muito que deixaram de “contar os tostões”. Agora o Alberto é um profissional respeitado cujos negócios ascendem aos milhões. Os olhos dela mostram agora uma grande tristeza e os dele transmitem uma certa rudeza.
As escolhas aparentemente feitas a dois distanciaram-nos. As conversas giram à volta das crianças e pouco mais. De acordo com o Alberto, o tempo escasseia e o cansaço provocado pelo trabalho não lhe dá disponibilidade para muito mais. Aos olhos da Isabela, deixaram de conversar porque vivem em mundos diferentes.
Quando chega a casa, o Alberto gostaria de ver a mulher feliz. Afinal, tudo o que tem ganho tem sido investido na família. Não compreende por que é que a Isabela não consegue usufruir dos “luxos” que ele lhe proporciona. Estranha a depressão que tende a arrastar-se. Já perdeu a paciência. Ele tem trabalhado tanto…
Enquanto está sozinha em casa, a Isabela imagina que o marido vai entrar com uma surpresa romântica qualquer, como acontecia no início da vida a dois, e que, juntos, vão rir muito. Quando o Alberto chega, o coração bate mais célere e a ansiedade toma conta dela. Apressa-se a esconder as revistas cor-de-rosa que lhe preenchem os dias. Sabe que o marido se irrita com essas “futilidades”. Não quer sentir-se mais uma vez desvalorizada. Mas também não tem estofo para iniciar conversas que digam respeito ao aquecimento global ou à desvalorização do dólar… Queria falar de si, mas teme que o marido se aborreça, que perca a paciência.