Já todos ouvimos frases do tipo “Estava tudo tão bem entre eles e, de repente, a relação acabou”. E também já todos ouvimos falar de homens com aversão ao casamento.
Nenhuma relação se dissipa subitamente. O facto de aparentemente tudo estar bem numa relação pode não corresponder a níveis de satisfação elevados. Algumas pessoas - mais homens do que mulheres - são pouco assertivas no que toca à relação conjugal. Pouco habituados a lidar com as emoções mais negativas, nem sempre sabem expressá-las com clareza e honestidade. Além disso, muitas destas pessoas adoptam padrões de comportamento característicos dos evitadores de conflito. Refiro-me a pessoas para quem o conflito é, em si mesmo, prejudicial. Não vêem as discussões como um mal necessário para que a intimidade cresça. Em vez disso, desenvolvem uma aversão que condiciona a forma como expressam aquilo que pensam/sentem. A aversão ao conflito impede-os de, por exemplo, partilhar com o cônjuge a insatisfação em determinadas áreas da conjugalidade. Sob o pretexto de manterem a harmonia, evitarem aborrecimentos ou pura e simplesmente não gostarem de discutir, gerem a insatisfação individualmente. Até que deixam de ser capazes de viver com esses sentimentos e colocam um fim à relação. Para quem está "do outro lado" a ruptura pode constituir uma surpresa, mas a verdade é que as pessoas emocionalmente inteligentes duvidam da perfeição. O que quero dizer é que os sinais estão quase sempre à vista. Nós é que podemos ignorá-los.
De um modo geral, os homens crescem rodeados de pessoas que lhes dizem que devem “aproveitar a vida”. Como se sabe, e ao contrário do que acontece com as mulheres, para quem o casamento está muitas vezes envolto numa visão muito romântica, os homens são quase sempre confrontados com a associação casamento – falta de liberdade. Até do ponto de vista do humor esta ideia é veiculada – através de piadas como “as mulheres casam, os homens são casados”. Assim, e apesar de nalguns casos o homem estar tão envolvido emocionalmente quanto a sua companheira, o casamento continua a ser visto de formas diferentes, consoante o género. Socialmente a pressão é intensa: os homens que “coleccionam” relacionamentos ainda são muito valorizados pelos amigos. Claro que tudo isto é ultrapassável. Nas relações maduras o casamento surge quase sempre como uma escolha do casal, sem medos nem dúvidas.
Mas mesmo nos casos em que há alguma aversão ao casamento não se pode dizer que estejamos perante uma fobia. Não estamos a falar de níveis de ansiedade incapacitantes nem de processos muito dolorosos.
Os homens que estão menos habituados a gerir emoções negativas estão mais propensos a sentimentos de insegurança – quer em relação a si, quer em relação à companheira – pelo que podem vivenciar mais dificuldades aquando da necessidade de tomar decisões. É importante diferenciar estes casos dos outros em que aquilo que é questionável é o investimento na própria relação. A insegurança e a falta de auto-estima podem fazer com que algumas mulheres se recusem a ver o que está escancarado à frente dos seus olhos. De facto, o grau de compromisso numa relação não se “mede” apenas pela vontade de assinar os papéis. Quando uma mulher sente que carrega com a relação às costas, é porque algo está (muito) mal.
Nenhuma relação se dissipa subitamente. O facto de aparentemente tudo estar bem numa relação pode não corresponder a níveis de satisfação elevados. Algumas pessoas - mais homens do que mulheres - são pouco assertivas no que toca à relação conjugal. Pouco habituados a lidar com as emoções mais negativas, nem sempre sabem expressá-las com clareza e honestidade. Além disso, muitas destas pessoas adoptam padrões de comportamento característicos dos evitadores de conflito. Refiro-me a pessoas para quem o conflito é, em si mesmo, prejudicial. Não vêem as discussões como um mal necessário para que a intimidade cresça. Em vez disso, desenvolvem uma aversão que condiciona a forma como expressam aquilo que pensam/sentem. A aversão ao conflito impede-os de, por exemplo, partilhar com o cônjuge a insatisfação em determinadas áreas da conjugalidade. Sob o pretexto de manterem a harmonia, evitarem aborrecimentos ou pura e simplesmente não gostarem de discutir, gerem a insatisfação individualmente. Até que deixam de ser capazes de viver com esses sentimentos e colocam um fim à relação. Para quem está "do outro lado" a ruptura pode constituir uma surpresa, mas a verdade é que as pessoas emocionalmente inteligentes duvidam da perfeição. O que quero dizer é que os sinais estão quase sempre à vista. Nós é que podemos ignorá-los.
De um modo geral, os homens crescem rodeados de pessoas que lhes dizem que devem “aproveitar a vida”. Como se sabe, e ao contrário do que acontece com as mulheres, para quem o casamento está muitas vezes envolto numa visão muito romântica, os homens são quase sempre confrontados com a associação casamento – falta de liberdade. Até do ponto de vista do humor esta ideia é veiculada – através de piadas como “as mulheres casam, os homens são casados”. Assim, e apesar de nalguns casos o homem estar tão envolvido emocionalmente quanto a sua companheira, o casamento continua a ser visto de formas diferentes, consoante o género. Socialmente a pressão é intensa: os homens que “coleccionam” relacionamentos ainda são muito valorizados pelos amigos. Claro que tudo isto é ultrapassável. Nas relações maduras o casamento surge quase sempre como uma escolha do casal, sem medos nem dúvidas.
Mas mesmo nos casos em que há alguma aversão ao casamento não se pode dizer que estejamos perante uma fobia. Não estamos a falar de níveis de ansiedade incapacitantes nem de processos muito dolorosos.
Os homens que estão menos habituados a gerir emoções negativas estão mais propensos a sentimentos de insegurança – quer em relação a si, quer em relação à companheira – pelo que podem vivenciar mais dificuldades aquando da necessidade de tomar decisões. É importante diferenciar estes casos dos outros em que aquilo que é questionável é o investimento na própria relação. A insegurança e a falta de auto-estima podem fazer com que algumas mulheres se recusem a ver o que está escancarado à frente dos seus olhos. De facto, o grau de compromisso numa relação não se “mede” apenas pela vontade de assinar os papéis. Quando uma mulher sente que carrega com a relação às costas, é porque algo está (muito) mal.
Numa relação equilibrada, o princípio da reciprocidade deve imperar. Assim, se o companheiro teima em não assumir a relação perante a família e/ou os amigos ou se a par dos momentos a dois há uma necessidade extrema de manter uma boa parte da sua vida à margem da relação, é provável que haja desequilíbrio na forma como cada um encara aquele namoro.
Na maior parte dos casos, os homens temem que a sua vida sofra alterações profundas a partir do casamento. Aos seus olhos, o casamento está mais associado a aumento de responsabilidades – financeiras, domésticas, familiares – do que a aumento de intimidade. Por outro lado, sabem que do ponto de vista social e familiar o casamento tem um peso substancial, pelo que é natural que olhem para essa decisão com reserva e ponderação.
Aquilo que uma mulher não deve fazer é colocar o companheiro “entre a espada e a parede”. Não seria a primeira vez que um casal entrava no meu consultório numa situação deste tipo. Tendo a duvidar seriamente da consistência de uma relação quando o principal problema se resume ao facto de um querer casar e o outro não. Quando esta decisão se transforma num braço de ferro, é porque existem vários assuntos por resolver. Na maior parte das situações, a reserva manifestada por “Ele” em relação ao casamento subjaz uma incapacidade de resolver os conflitos com “Ela”. Manda o bom senso que, nestes casos, os membros do casal parem para reflectir seriamente sobre os problemas da sua relação, sob pena de darem um passo do qual ambos se arrependam.
Quanto aos receios básicos: estes são contornáveis através do diálogo franco acerca das expectativas de cada um. Na generalidade dos casos, as dúvidas e os receios são partilhados pela mulher, o que aumenta a cumplicidade. Desta partilha podem resultar compromissos importantes relacionados com aquilo que cada um pretende depois do casamento mas também com aquilo que cada um não gostaria que acontecesse depois da oficialização da relação. Só assim se pode desmistificar algumas crenças mais ou menos enraizadas.
Do mesmo modo que nos arrependemos do que fizemos, também podemos arrepender-nos do que não fizemos. Por isso, há pessoas que lamentam o facto de não terem sido capazes de evoluir à medida da relação, de não terem conseguido enfrentar os seus fantasmas. Não serão traídas pelo coração, mas pela inépcia na gestão das emoções.