Mas algumas pessoas experimentam níveis de ansiedade excessivos, insuportáveis e/ou demasiado duradouros. Nesses casos, é provável que se trate de uma situação patológica – de ansiedade generalizada – e não normal. Se o nervosismo que surge em função de uma situação que está perfeitamente identificada é natural e, em muitos casos, saudável, também é verdade que quando a preocupação é desmesurada ou pouco baseada em factos reais passa a ser doentia.
As pessoas que sofrem desta perturbação sentem sérias dificuldades em manter a sua vida normal, já que se sentem dominadas por preocupações – sejam estas referentes à saúde, ao dinheiro ou ao trabalho. Os pensamentos negativos sucedem-se, sem que a pessoa se sinta capaz de os controlar e a tensão é constante. Ainda que seja possível continuar a trabalhar e a assumir responsabilidades, essas actividades são sistematicamente acompanhadas de pressão e nervosismo.
Por exemplo, para uma pessoa que sofra de ansiedade generalizada, um atraso raramente é só um atraso – se um familiar não chegar à hora combinada, surgem automaticamente pensamentos do tipo “Aconteceu alguma coisa. Se calhar, teve um acidente”. E estes pensamentos são, invariavelmente, acompanhados de agitação e medo. Incapaz de se centrar nas evidências, a pessoa detém-se nestas preocupações desmesuradas.
Perante a incapacidade de controlar a situação, é expectável que, a par da agitação constante, surjam dificuldades relacionadas com o sono (insónias), irritabilidade e falta de concentração. Além disso, o nervosismo também pode trazer consequências físicas, como a tensão muscular, dores de cabeça, dores no peito, suores, tremores e problemas gástricos. Algumas pessoas acabam por recorrer à ajuda médica precisamente por causa do aparecimento destes sintomas físicos. O despiste às causas fisiológicas precede normalmente o verdadeiro diagnóstico.
Para além dos factores biológicos e hereditários, existem causas psicológicas que podem estar na origem do aparecimento desta perturbação. Essas causas incluem a vivência de um evento traumático na infância e a existência de relações familiares conturbadas. Os adultos que sofrem de perturbações de ansiedade e que têm filhos devem ter particular atenção, já que existe alguma probabilidade de as crianças poderem desenvolver – agora ou mais tarde, este transtorno.