A partir do momento em que um trabalhador se sente incapaz de fazer frente às exigências do seu cargo e a satisfação associada à competitividade dá lugar à fadiga e à frustração, é provável que estejamos perante uma situação disfuncional que, a prazo, trará consequências para a saúde da pessoa em causa.
Mas não é só o volume de trabalho que pode conduzir a uma situação de stress. Pelo contrário, se uma pessoa for forçada a desenvolver actividades muito monótonas e rotineiras, também poderá sentir-se stressada. Claro que o medo de ser despedido e a instabilidade profissional também são potencialmente angustiantes – algumas pessoas vivem dominadas pela insegurança, o que as impede de ter níveis razoáveis de bem-estar e até de desenvolver a sua actividade com serenidade.
Mas se estes factores afectam a nossa saúde, também é verdade que são sobretudo os conflitos constantes no local de trabalho que mais contribuem para que nos sintamos stressados. Um estudo recente demonstra precisamente que a tensão que resulta desses conflitos é responsável pelo aparecimento de distúrbios do sono – mais do que os casos de carga horária excessiva, trabalho por turnos ou instabilidade profissional. As pessoas que se zangam frequentemente no local de trabalho ou que têm discussões sistemáticas com o chefe ou com os colegas têm maior probabilidade de sofrer de insónias e outros problemas do sono.
A acumulação de stress pode parecer, aos olhos de algumas pessoas, inevitável e, por isso, normal. Mas a contínua presença deste tipo de pressão pode contribuir para o aparecimento de outros problemas sérios como a dor crónica, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, úlceras ou infertilidade. Ao nível da saúde mental, o stress contínuo pode dar origem a transtornos de ansiedade, depressões e distúrbios alimentares.