Eu ainda não teria chegado à adolescência quando ouvi falar, pela primeira vez, nas diferenças que existiriam entre as crianças filhas de pais separados e as crianças das famílias “tradicionais”. Naquela altura falava-se, sobretudo, do impacto do divórcio no rendimento escolar – aparentemente, os resultados académicos ressentiam-se em caso de separação ou divórcio. Não consigo precisar o momento a partir do qual terei começado a sensibilizar-me com as outras consequências do divórcio na vida das crianças. Sei, isso sim, que só muito mais tarde percebi que havia diferentes “tipos” de divórcio (uns mais construtivos e outros mais destrutivos, por exemplo) e que o impacto da separação dependia da forma como os adultos geriam a situação.
Já me pronunciei (mais do que uma vez) aqui sobre os malefícios resultantes da utilização das crianças como joguetes ou armas de arremesso ou sobre a necessidade de se sobrepor os interesses das crianças às guerras entre adultos. A dor resultante de uma ruptura conjugal não pode justificar a negligência a que tantas vezes assistimos.
Aquilo que acontece após a ruptura é determinante para o bem-estar e estabilidade emocional dos filhos. Mais: o impacto do comportamento dos progenitores pode estender-se por muitos anos. Não estou a referir-me “apenas” ao processo de divórcio propriamente dito, mas também à forma como os ex-cônjuges lidam um com o outro (e com os filhos) depois da oficialização da separação.
Quanto maior for a cordialidade e a estabilidade na relação entre os progenitores após a separação, maior será a probabilidade de as crianças se ajustarem à nova forma de família sem danos emocionais. Claro que essa estabilidade não apaga a dor provocada pela separação. O que acontece é que a probabilidade de daí resultar algum trauma é muito menor.
Quando os progenitores prolongam o conflito para além da ruptura, acabam por negligenciar o papel parental, estando menos atentos às necessidades dos seus filhos. Até em termos académicos se torna visível a desatenção: estes pais estão menos informados acerca do dia-a-dia dos seus filhos, daquilo que se passa na escola e/ou no grupo de pares. Acabam por ser muitas vezes surpreendidos aquando da fixação das notas.
Quando os pais mantêm a cordialidade e são capazes de comunicar eficazmente em nome do bem-estar dos filhos, estão a investir no seu desenvolvimento socioafectivo, já que permitem que as crianças e adolescentes possam concentrar-se nas suas próprias necessidades, em vez de serem dominadas pela eternização dos problemas dos pais.
Já me pronunciei (mais do que uma vez) aqui sobre os malefícios resultantes da utilização das crianças como joguetes ou armas de arremesso ou sobre a necessidade de se sobrepor os interesses das crianças às guerras entre adultos. A dor resultante de uma ruptura conjugal não pode justificar a negligência a que tantas vezes assistimos.
Aquilo que acontece após a ruptura é determinante para o bem-estar e estabilidade emocional dos filhos. Mais: o impacto do comportamento dos progenitores pode estender-se por muitos anos. Não estou a referir-me “apenas” ao processo de divórcio propriamente dito, mas também à forma como os ex-cônjuges lidam um com o outro (e com os filhos) depois da oficialização da separação.
Quanto maior for a cordialidade e a estabilidade na relação entre os progenitores após a separação, maior será a probabilidade de as crianças se ajustarem à nova forma de família sem danos emocionais. Claro que essa estabilidade não apaga a dor provocada pela separação. O que acontece é que a probabilidade de daí resultar algum trauma é muito menor.
Quando os progenitores prolongam o conflito para além da ruptura, acabam por negligenciar o papel parental, estando menos atentos às necessidades dos seus filhos. Até em termos académicos se torna visível a desatenção: estes pais estão menos informados acerca do dia-a-dia dos seus filhos, daquilo que se passa na escola e/ou no grupo de pares. Acabam por ser muitas vezes surpreendidos aquando da fixação das notas.
Quando os pais mantêm a cordialidade e são capazes de comunicar eficazmente em nome do bem-estar dos filhos, estão a investir no seu desenvolvimento socioafectivo, já que permitem que as crianças e adolescentes possam concentrar-se nas suas próprias necessidades, em vez de serem dominadas pela eternização dos problemas dos pais.