À medida que uma pessoa engorda e assiste às transformações por que o corpo passa, tende a sentir-se menos saudável e insatisfeita com a sua aparência, o que potencia o aparecimento da depressão. No caso das mulheres e das pessoas das classes sociais mais altas, esta correlação é ainda mais significativa.
A depressão acarreta, entre outras consequências, alterações fisiológicas ao nível hormonal e imunológico, capazes de alterar o peso e a imagem corporal. Além disso, o desinteresse generalizado e a desmotivação, sintomas “clássicos” da doença, podem levar o doente a uma vida mais sedentária, sem exercício físico ou cuidados com alimentação, ou até conduzir a distúrbios alimentares que incluem o excesso de comida.
Não é com certeza por acaso que os técnicos que acompanham os doentes com depressão recomendam vivamente a prática regular de exercício físico. Além dos efeitos directos no peso corporal, este hábito ainda pode ser responsável pela redução do stress, ou seja, os benefícios são físicos e psicológicos.
O tratamento da obesidade também deve incluir um olhar atento à componente psicológica. Como na generalidade dos casos as pessoas optam por fazer dietas sem acompanhamento médico, os riscos associados à sua saúde física e emocional crescem exponencialmente e os frutos tendem a ser mínimos.
Importa ainda esclarecer que, ao contrário do que muitas vezes é veiculado, a medicação antidepressiva não produz, por si, o efeito de engordar. Qualquer alteração de peso que possa resultar dessa prescrição é minimizada com a prática regular de exercício físico.