Tratando-se de uma doença cujo impacto pode ser devastador a vários níveis, uma das consequências resultantes da depressão é a baixa médica – muitas vezes a pessoa sente-se desmotivada, cansada, desorientada e incapaz de desempenhar com sucesso as suas funções. A prazo, o facto de não estar a trabalhar potencia a diminuição da auto-estima, pelo que os sentimentos de frustração e de auto-desvalorização tomam conta do doente deprimido.
À medida que a pessoa recebe ajuda especializada – normalmente através de medicação e psicoterapia – é natural que haja vontade de voltar a trabalhar e, assim, recuperar a valorização pessoal. Ora, mesmo que a pessoa ainda não se sinta totalmente recuperada, pode ser importante regressar ao trabalho, em particular se o ambiente for confortável e favorecedor dessa recuperação. Quanto mais cooperantes forem as chefias e os colegas de trabalho, mais célere é a reabilitação.
Nalgumas instituições pode não haver margem para grande flexibilidade, mas se os diferentes membros da empresa forem sensíveis a esta questão, e se o doente deprimido se sentir apoiado, por exemplo, através da redução da pressão ou da troca de algumas tarefas, todos ficam a ganhar.
Estima-se que 25% da população activa possa ser atingida por um transtorno depressivo, pelo que a reflexão associada àquilo que cada um pode fazer para que a reintegração possa ser favorecida interessa a todos.