Claro que esta nova abordagem não pretende minimizar as consequências de uma doença que ainda é mortal, nem tão pouco dizer que o cancro e a depressão são absolutamente dissociáveis. Mais de 10% dos doentes oncológicos sofrem de depressão, pelo que é importante reflectir sobre as medidas terapêuticas mais eficazes para cada situação, sendo certo que não basta olhar para o tratamento deste transtorno sob o ponto de vista da medicação antidepressiva.
Em primeiro lugar, a aliança que é estabelecida com a equipa médica é fundamental, já que dela também depende a passagem de informação clara. Para o doente, é importante ter acesso a informação acerca da doença oncológica, mas também acerca da depressão e dos efeitos da medicação antidepressiva – compreender o transtorno e conhecer a acção dos medicamentos.
Por outro lado, a intervenção psicológica deve incluir a aquisição de competências que incluam estratégias de resolução de problemas, apoio emocional e reestruturação cognitiva no sentido de evitar o desespero e a sensação de desamparo.
A intervenção multidisciplinar, ou seja, aquela que inclui psicólogos e médicos das diferentes áreas de acompanhamento do doente, tende a produzir efeitos rápidos e consistentes: Ao fim de 3 meses, há redução clara dos níveis de ansiedade, fadiga e depressão.