Já aqui abordei o tema do bullying nas escolas, fazendo referência aos riscos que a médio e longo prazo podem estar envolvidos nestas situações. Existe uma forma de bullying a que a generalidade dos pais e encarregados de educação (ainda) prestam pouca atenção e cujas repercussões são tão ou mais sérias do que a violência escolar: o “ciberbullying” ou bullying online. Trata-se de uma forma de violência psicológica que pode incluir:
• Propagação de insultos;
• Roubo de passwords;
• Ameaças;
• Publicação de fotografias íntimas ou constrangedoras;
• Partilha de informações confidenciais;
• Disseminação de boatos.
Como se sabe, a generalidade das crianças e adolescentes tem hoje um contacto regular com a Internet. Para muitos desses jovens, este meio de comunicação é imprescindível. E se a generalidade dos pais acaba por ter conhecimento desta importância, a verdade é que para muitos a utilização da Internet é vista mais como um “vício” do que como uma forma de comunicação. Tal como há 20 ou 30 anos os jovens “lutavam” para poder ir a casa dos amigos ou ficar “horas” ao telefone, hoje é a Internet que potencia o contacto entre amigos e colegas de escola.
Ao contrário do que muitos pais pensam, a maior parte dos jovens não navega pela Internet à espera de conhecer pessoas novas. Os programas de conversação (Messenger, ICQ, etc.) e as redes sociais (Hi5, Facebook, Orkut) servem mais para potenciar a aproximação a colegas de escola ou conhecidos da mesma faixa etária, já que permitem contornar a timidez e a introversão.
Talvez não seja positivo que uma criança navegue na Internet na privacidade do seu quarto, já que isso impede a monitorização por parte dos adultos responsáveis. Mas também não adianta “cortar o mal pela raiz”, impedindo que os filhos possam aceder à Internet. Esta medida pode, inclusive, ser contraproducente, já que potencia o conflito entre pais e filhos adolescentes.
Os adolescentes “precisam” da Internet. Mas “é preciso” que os adultos estejam atentos aos problemas que podem resultar dessa exposição, como o bullying. Garantidamente não se trata de um desafio fácil, desde logo porque na generalidade dos casos os jovens que são alvo desta forma de violência optam por não partilhar a agressão com nenhum dos adultos responsáveis pela sua educação. Porque sofrem calados? Antes de mais porque, nesta faixa etária, todos acham que devem aprender a resolver os seus problemas sozinhos, isto é, ninguém quer ser rotulado de “menino da mamã”. Mas existem outros motivos como, por exemplo, o medo de que dessa partilha resultem constrangimentos à utilização da Internet (“Fizeram-te mal através da Net? Eu bem te disse que isso é um antro de problemas! O melhor é não estares tanto tempo ligado(a)…”). Há ainda a (forte) possibilidade de os pais se zangarem com os filhos. Como em muitos casos os pais desconhecem que os filhos possam ter, por exemplo, uma página de Internet com fotografias e textos expostos a comentários, é expectável que os filhos evitem partilhar os rebaixamentos ou humilhações de que são alvo com medo de criar problemas maiores.
Como consequência deste retraimento, o sofrimento provocado por estas ofensas acaba por ser gerido individualmente. Com vergonha de partilhar o problema mesmo com o grupo de pares, o jovem tende a achar que é o único a viver este tipo de dificuldade, o que aumenta o risco de depressão.
O mais “curioso” é que muitas vezes a pessoa que é vítima de bullying online refere que sabe quem é que está por detrás das ofensas – normalmente trata-se de um colega de escola ou outro conhecido.
Não sendo propriamente o maior problema das crianças e adolescentes, a verdade é que a Internet é uma ferramenta que permite a interacção com amigos e colegas – tanto de uma forma saudável como de uma forma agressiva. Compete, por isso, aos pais e aos professores introduzirem o tema ainda antes da ocorrência de algum episódio significativo. É importante dotar os jovens de competências para fazer face a estas agressões e promover o diálogo familiar. Só é possível que os filhos confiem estes problemas aos pais se sentirem que estes se preocuparão, de facto, com o seu bem-estar, em vez de aplicarem castigos que, aos seus olhos, são desajustados.
• Propagação de insultos;
• Roubo de passwords;
• Ameaças;
• Publicação de fotografias íntimas ou constrangedoras;
• Partilha de informações confidenciais;
• Disseminação de boatos.
Como se sabe, a generalidade das crianças e adolescentes tem hoje um contacto regular com a Internet. Para muitos desses jovens, este meio de comunicação é imprescindível. E se a generalidade dos pais acaba por ter conhecimento desta importância, a verdade é que para muitos a utilização da Internet é vista mais como um “vício” do que como uma forma de comunicação. Tal como há 20 ou 30 anos os jovens “lutavam” para poder ir a casa dos amigos ou ficar “horas” ao telefone, hoje é a Internet que potencia o contacto entre amigos e colegas de escola.
Ao contrário do que muitos pais pensam, a maior parte dos jovens não navega pela Internet à espera de conhecer pessoas novas. Os programas de conversação (Messenger, ICQ, etc.) e as redes sociais (Hi5, Facebook, Orkut) servem mais para potenciar a aproximação a colegas de escola ou conhecidos da mesma faixa etária, já que permitem contornar a timidez e a introversão.
Talvez não seja positivo que uma criança navegue na Internet na privacidade do seu quarto, já que isso impede a monitorização por parte dos adultos responsáveis. Mas também não adianta “cortar o mal pela raiz”, impedindo que os filhos possam aceder à Internet. Esta medida pode, inclusive, ser contraproducente, já que potencia o conflito entre pais e filhos adolescentes.
Os adolescentes “precisam” da Internet. Mas “é preciso” que os adultos estejam atentos aos problemas que podem resultar dessa exposição, como o bullying. Garantidamente não se trata de um desafio fácil, desde logo porque na generalidade dos casos os jovens que são alvo desta forma de violência optam por não partilhar a agressão com nenhum dos adultos responsáveis pela sua educação. Porque sofrem calados? Antes de mais porque, nesta faixa etária, todos acham que devem aprender a resolver os seus problemas sozinhos, isto é, ninguém quer ser rotulado de “menino da mamã”. Mas existem outros motivos como, por exemplo, o medo de que dessa partilha resultem constrangimentos à utilização da Internet (“Fizeram-te mal através da Net? Eu bem te disse que isso é um antro de problemas! O melhor é não estares tanto tempo ligado(a)…”). Há ainda a (forte) possibilidade de os pais se zangarem com os filhos. Como em muitos casos os pais desconhecem que os filhos possam ter, por exemplo, uma página de Internet com fotografias e textos expostos a comentários, é expectável que os filhos evitem partilhar os rebaixamentos ou humilhações de que são alvo com medo de criar problemas maiores.
Como consequência deste retraimento, o sofrimento provocado por estas ofensas acaba por ser gerido individualmente. Com vergonha de partilhar o problema mesmo com o grupo de pares, o jovem tende a achar que é o único a viver este tipo de dificuldade, o que aumenta o risco de depressão.
O mais “curioso” é que muitas vezes a pessoa que é vítima de bullying online refere que sabe quem é que está por detrás das ofensas – normalmente trata-se de um colega de escola ou outro conhecido.
Não sendo propriamente o maior problema das crianças e adolescentes, a verdade é que a Internet é uma ferramenta que permite a interacção com amigos e colegas – tanto de uma forma saudável como de uma forma agressiva. Compete, por isso, aos pais e aos professores introduzirem o tema ainda antes da ocorrência de algum episódio significativo. É importante dotar os jovens de competências para fazer face a estas agressões e promover o diálogo familiar. Só é possível que os filhos confiem estes problemas aos pais se sentirem que estes se preocuparão, de facto, com o seu bem-estar, em vez de aplicarem castigos que, aos seus olhos, são desajustados.