A menopausa é comummente associada a flutuações de humor e até a transtornos depressivos. Como se sabe, em função das alterações hormonais características desta fase da vida, muitas mulheres sentem-se emocionalmente instáveis, vulneráveis, irritadiças. A par destas mudanças, sabe-se agora que a transição para a menopausa pode estar associada a algum declínio cognitivo.
Se é verdade que cerca de 60% das mulheres desta faixa etária (42-52) se queixam de falhas de memória, também é certo que só há pouco tempo surgiram certezas acerca das mudanças por que passam em termos cognitivos. Em resumo, está provado que podem existir dificuldades de aprendizagem no período anterior à menopausa.
Num estudo que incluiu mais de 2000 mulheres foi testada a memória e o processamento de informação ao longo das 4 fases da transição para a menopausa: pré-menopausa (menstruações regulares), primeira perimenopausa (irregularidade das menstruações com intervalos inferiores a 3 meses), segunda perimenopausa (ausência de menstruações durante 3 a 11 meses) e pós-menopausa (ausência de menstruações há pelo menos uma ano). Esta pesquisa revelou que a velocidade do processamento de informação melhorava com a repetição dos testes em todas as fases menos na segunda perimenopausa, isto é, no período imediatamente anterior à menopausa. A memória também decresce nesta fase, o que permite concluir que este período corresponde a maiores dificuldades de aprendizagem.
As boas notícias dizem respeito ao facto de este efeito ser transitório. O estudo mostra que no período pós-menopausa as dificuldades de aprendizagem dão lugar a níveis de processamento cognitivo idênticos aos do período pré-menopausa.