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28.10.09

EDUCAÇÃO DOS FILHOS E FELICIDADE


Apesar do crescimento abrupto das taxas de divórcio, o casamento continua a ser um passo importante na vida da generalidade das pessoas, contribuindo para a satisfação conjugal e para o bem-estar geral. Como já tive oportunidade de referir antes, as pessoas que se sentem felizes com o seu casamento revelam níveis de bem-estar físico e emocional acima das pessoas solteiras, viúvas ou divorciadas. Em compensação, aquelas que se sentem infelizes no casamento são também as que revelam os níveis de bem-estar mais baixos.



Para a maior parte dos casais, o casamento é o primeiro passo / compromisso para a formação da própria família, seguido, mais cedo ou mais tarde, do nascimento dos filhos. E, apesar de existir um adiamento cada vez maior da maternidade / paternidade, até em função da consolidação profissional, académica e financeira, a verdade é que quase todos os casais desejam ter filhos. Mas, como também já tenho tido oportunidade de referir, apesar de o nascimento de uma criança corresponder, quase sempre, ao período mais belo da vida de um casal, esse é também o momento em que as grandes mudanças ocorrem. E nem todos os casamentos sobrevivem ao turbilhão que se segue ao nascimento de um filho. De resto, existem diversas investigações que têm demonstrado que os pais (homens) com filhos pequenos têm uma probabilidade aumentada de sofrer de transtornos depressivos. Outras pesquisas mostram que os primeiros anos de vida das crianças correspondem ao período mais stressante do ciclo de vida de um casal.



Mas, então, ter filhos e educá-los contribui ou não para a felicidade de um casal? A resposta é… SIM. Embora se trate de um desafio com alguns obstáculos, a verdade é que a educação dos filhos torna AS PESSOAS CASADAS mais felizes. E por que é que sublinho “as pessoas casadas”? Porque entre as pessoas solteiras, a educação dos filhos não tem tanto impacto em termos de felicidade.



Alguns estudos mais antigos mostravam que as pessoas com vários filhos não eram necessariamente mais felizes. Pior do que isso: muitas investigações sublinhavam quão dramático era para muitas delas ter de lidar diariamente com a dureza associada à educação das crianças. Mas esta é uma leitura simplista e redutora, como mostra um estudo recente, que correlacionou o papel parental com a satisfação pessoal, tendo em consideração o papel das características individuais dos participantes, nomeadamente o estado civil, o género, a idade, o rendimento financeiro e o nível de educação. Neste caso, chegou-se à conclusão de que as pessoas casadas – independentemente da idade – e as mulheres casadas em particular, são mais felizes quando têm filhos e são tão mais felizes quanto mais filhos tiverem.



Educar uma ou mais crianças implica a subtracção de tempo que seria usado, por exemplo, para conviver com amigos ou para saídas românticas, mas as experiências negativas são mais comummente reportadas por pessoas que estão separadas, vivem em união de facto ou são solteiras.




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