Existe muita especulação em torno das relações sexuais fortuitas ou ocasionais, tanto do ponto de vista físico, como do ponto de vista emocional. Independentemente dos juízos de valor que cada um fará a respeito destas escolhas ou dos princípios morais que norteiam a vida de cada pessoa, e que para esta reflexão são pouco significativos, existem investigadores na área da Psicologia que se têm dedicado ao estudo desta questão. Foi precisamente o que aconteceu recentemente na Universidade do Minnesota, onde foram avaliados mais de mil e trezentos jovens com média etária de 20 anos.
Surpreendentemente, o estudo revelou que os jovens adultos que se envolvem em relações sexuais fortuitas não apresentam riscos acrescidos associados a dificuldades emocionais quando comparados com jovens adultos sexualmente activos e comprometidos.
Da população estudada, 55% revelou que o último parceiro sexual tinha sido alguém com quem mantinha uma relação exclusiva há pouco tempo (“dates”); 25% revelou que o parceiro mais recente era o(a) esposo(a) ou o(a) companheiro(a); 12% admitiu que a última relação sexual teria sido mantida com uma pessoa próxima, mas não um companheiro exclusivo; 8% assumiu tratar-se de um encontro fortuito. Neste caso, existem diferenças de género: Dentre os jovens adultos que admitiram as relações casuais, 2/3 são homens.
Embora vigore a ideia de que as relações sexuais fora de uma relação amorosa podem ser perigosas para a estabilidade emocional dos jovens adultos, este estudo evidencia que não existem diferenças no bem-estar de pessoas que adoptam este padrão comportamental por comparação com as que mantêm relações de compromisso.
No entanto, importa salientar que a pesquisa centrou-se apenas no impacto psicológico do sexo sem compromisso, pelo que não foram estudadas as consequências desta escolha em termos de saúde física. Existem ameaças reais associadas às relações ocasionais e estas devem, por exemplo, estar incluídas nos programas de educação sexual que possam ser criados.