O autismo é uma disfunção no desenvolvimento cerebral que tem origem na infância, persiste ao longo de toda a vida e pode dar origem a uma grande variedade de expressões clínicas. Ao dizermos que um indivíduo tem autismo ou uma perturbação no espectro do autismo, estamos simultaneamente a afirmar que ele tem um conjunto de disfunções características nas áreas da interacção social, da comunicação (verbal e não verbal), bem como alterações no comportamento visíveis a todos os que contactam com esse indivíduo (ex: resistência à mudança; maneirismos motores; respostas atípicas às experiências sensoriais).
Uma das primeiras conclusões a que se chegou no início das investigações acerca das causas do autismo foi a de que não existe qualquer influência entre os estilos parentais, as características sociais de uma família (ex: cultura ou rendimento) e a manifestação de autismo. Em todo o mundo, o autismo manifesta-se de forma independente da raça, cultura, educação ou classe social dos indivíduos.
Um estudo recente sugere que a sensibilidade materna pode influenciar o desenvolvimento da linguagem entre as crianças que desenvolvem autismo. Apesar de os estilos parentais não serem considerados como uma causa para o autismo, esta pesquisa mostra como os pais podem promover a resiliência nestas crianças.
Os problemas de linguagem estão entre as áreas mais afectadas nas crianças com autismo, representando um constrangimento significativo na vida diária e na comunicação das famílias.
Aquilo a que chamamos sensibilidade materna não é mais do que uma combinação de carinho, capacidade de resposta às necessidades da criança, respeito pela sua independência, retorno positivo à criança e estruturação materna, que se refere á capacidade da mãe para se envolver e ensinar a criança de um modo sensível.
Segundo esta pesquisa, a sensibilidade materna é mais preditiva do desenvolvimento da linguagem entre crianças com autismo do que entre crianças sem este diagnóstico, possivelmente porque as crianças autistas são mais dependentes do seu ambiente para aprender determinadas habilidades que parecem surgir de forma natural para as outras crianças. Por exemplo, a interacção social não surge tão naturalmente entre as crianças com autismo, pelo que se trata de uma habilidade que precisa de ser ensinada.
Já se sabia que os pais não causam autismo. Agora sabe-se que os pais podem fazer a diferença na ajuda aos filhos contra os constrangimentos do autismo.