A primeira gravidez é um período de descoberta e encantamento, mas também de alguma (às vezes muita) ansiedade. Para além das preocupações naturais de qualquer mulher que se prepara para ser mãe e que deseja, sobretudo, que o seu bebé nasça saudável, existe uma considerável pressão social que resulta da multiplicidade de informações. Na generalidade das gravidezes planeadas, o acompanhamento médico existe e é uma garantia de que a maior parte das dúvidas das mamãs de “primeira viagem” possam ser respondidas. Mas mesmo nestes casos, as mulheres são confrontadas com outras fontes de informação – a partir das outras mulheres da família ou das amigas e conhecidas, sempre prontas a dar pareceres. Uma das fontes de aflição diz respeito ao facto de estas informações não serem sempre condizentes com as recomendações médicas. Perante estas incongruências, em quem é que a mulher deve confiar? Confiará cegamente na perícia do seu médico? Deixar-se-á levar pela experiência da sua própria mãe?
Um estudo recente mostrou que a maior parte das mulheres grávidas, apesar de quererem o melhor para os seus bebés, não seguem à risca as sugestões médicas. Mais: há uma probabilidade muito elevada de adoptarem os conselhos das suas antecessoras. Claro que muita coisa mudou nesta área nas últimas décadas: as nossas avós confiavam sobretudo na opinião das suas progenitoras – essa era a principal (e muitas vezes única) fonte de informação. Na actualidade as mulheres confiam na informação do médico que as acompanha e recorrem regularmente à Internet para esclarecerem muitas das suas dúvidas. Mas os conselhos da mãe e/ou da avó continuam a ser tomados em consideração, mesmo que, nalguns casos, isso implique ir contra o que foi recomendado pelo médico. Por exemplo, uma das mulheres deste estudo admitiu que, apesar de ter sido aconselhada pelo seu médico a reduzir os níveis de cafeína, ignorou a recomendação porque a avó lhe dissera para continuar a beber chá (sim, o chá contém cafeína!) para lidar melhor com os enjoos matinais.
(Quase) Todos os clínicos reconhecem que as mulheres que levam ao extremo as orientações médicas acabam por viver a gravidez de modo mais ansioso. Nestes casos, a falta de auto-confiança pode conduzi-las a preocupações excessivas que acabam por fazer mal ao bebé. Mas as mulheres que ignoram as directrizes médicas também podem colocar em risco a sua gravidez.