Apesar dos avanços da Medicina, continuam a nascer muitos bebés prematuros. Sendo a prematuridade extrema a principal causa de problemas e morte após o parto, esta é uma fonte de stress para muitos pais e mães. Este fenómeno pode implicar problemas neurológicos, respiratórios, cognitivos e psicomotores para a criança – tanto a curto como a médio prazo.
O desenvolvimento de um bebé prematuro e o aparecimento de determinados problemas estão directamente relacionados com o ambiente familiar. A interacção mãe-bebé nos primeiros meses de vida da criança é especialmente determinante, como o mostram os estudos nesta área. Concretamente, o stress da mãe é o factor chave para o desenvolvimento da criança: de um modo geral, independentemente de se tratar de um bebé prematuro ou de um bebé de termo, se a mãe estiver sob elevados níveis de stress durante o primeiro ano de vida do seu bebé, a criança apresenta níveis mais baixos de desenvolvimento psicomotor e a probabilidade de sofrer de perturbações do sono aos dois anos de idade é maior. Ora, as investigações têm mostrado que as mães de bebés prematuros evidenciam mais sintomas de depressão e ansiedade.
Os bebés prematuros são, aos dois anos de idade, mais propensos à ocorrência de transtornos psicofuncionais (recusando-se especialmente a comer), a comportamentos desafiantes, birras e agressividade.
Embora se desconheça as razões por detrás da prematuridade dos bebés, sabe-se que o risco de uma criança nascer prematura é maior quando a mãe tem baixos rendimentos e pouca educação. A vigilância pré-natal inadequada pode estar subjacente a um risco maior de parto prematuro, pelo que se estima que estas mulheres possam não estar capazes de pedir ajuda aquando do surgimento dos primeiros sintomas de depressão e ansiedade. Proporcionar às mães de bebés prematuros uma avaliação psicológica implica minimizar os efeitos do stress materno no desenvolvimento da criança.