Pegar num bebé é um momento cheio de carinho e conforto. Os bebés são fofos e dão-nos vontade de os agarrar, abraçar, beijar, mimar. No entanto, não é preciso consultar as gerações mais antigas da família para nos lembrarmos de vozes que nos diziam que não seria apropriado pegar sempre ao colo um bebé que estivesse a chorar. Segundo algumas pessoas, se o fizéssemos, correríamos o risco de transformar o bebé numa criança mimada. Mais: pegar num bebé demasiadas vezes levá-lo-ia a exigir estar sempre ao colo.
Inacreditavelmente, apesar de toda a bagagem providenciada por investigações em Psicologia focadas na relação mãe-bebé e que enfatizam a importância dos afectos no desenvolvimento físico emocional da criança, continuam a existir pessoas que acreditam e defendem que se deve dar o mínimo possível de colo.
Mas se não é preciso ser-se psicólogo para entender que as crianças que são alvo de mimos regulares por parte dos familiares acabam por transformar-se em adultos mais resilientes e saudáveis, só há pouco tempo foi possível aceder a um estudo longitudinal que permite compreender esta correlação.
Nesta pesquisa foram acompanhadas mais de 400 pessoas (e as respectivas mães) desde os 8 meses de idade e os 34 anos. Aquilo que se verificou foi que os bebés que aos 8 meses eram tratados com afecto, carinho, mimos e beijinhos transformaram-se em adultos mais confiantes, menos ansiosos e menos stressados.
Colo excessivo? A expressão não faz sentido. Quanto mais colo, melhor.