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22.9.10

EXCLUSÃO SOCIAL

Tenho-me referido inúmeras vezes à correlação existente entre o isolamento social e os transtornos depressivos e ansiosos. Se é verdade que a interacção social contribui activamente para o nosso bem-estar emocional, também é certo que as pessoas que estão mais arredadas do convívio com familiares e amigos estão mais vulneráveis a estas perturbações. Mas os riscos desta exclusão não se esgotam aqui. A solidão e o desespero que resultam do isolamento são de tal ordem que estas pessoas são muitas vezes capazes de se desviar dos seus princípios “só” para passarem a fazer parte de um grupo – e isso pode incluir o gasto de grandes quantias de dinheiro, o consumo excessivo de álcool ou o uso de substâncias ilícitas.

Por exemplo, os idosos, tantas vezes isolados do contacto com os seus familiares, são potenciais vítimas de campanhas de marketing fraudulentas, que podem, a partir do acesso a determinadas informações, tirar partido deste isolamento levando-os a gastar as suas economias.

Do mesmo modo, um jovem oriundo de um meio pequeno que transite para uma faculdade de uma cidade cosmopolita, onde não conhece ninguém, corre um risco maior de se endividar de forma mais ou menos descontrolada “só” para tentar fazer parte do grupo de pessoas mais populares. Isso inclui gastar o dinheiro da mesada/ bolsa em jantares, saídas, roupa e artigos que confiram, ainda que ilusoriamente, o estatuto de “popular”.

Infelizmente, alguns jovens são particularmente vulneráveis ao consumo de álcool e drogas – fazem-no na esperança de assim ganhar um ar “cool” que lhes garanta o acesso a algum grupo.

O que têm estas pessoas em comum? Todas elas olham para o ambiente social à procura de formas de se encaixar, de aceder a novas relações sociais.

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