Lembra-se do estudo divulgado há algum tempo pela marca Dove e que dava conta da insatisfação feminina em relação ao próprio corpo? A campanha de publicidade mostrou ao mundo que cerca de 40 por cento das mulheres estão insatisfeitas com a sua aparência e que mais de dois terços têm baixa auto-estima em relação ao seu corpo. Muito se discutiu a respeito dos efeitos do Photoshop e da divulgação constante de imagens de modelos quase perfeitos, que acabam por determinar que a mulher comum se detenha em objectivos irrealistas. A verdade é que as mulheres são muito críticas em relação a si mesmas e esta tendência começa logo na infância (uma investigação dos anos 90 do século XX mostrou que a auto-estima das raparigas começa a cair aos 9 anos!).
Uma nova pesquisa veio mostrar que 7 em cada 10 raparigas estão insatisfeitas com o seu aspecto e/ou com o seu desempenho académico ou amoroso. Infelizmente, esta insatisfação implica nalguns casos a adopção de comportamentos autodestrutivos. À medida que estas jovens amadurecem, desenvolvem um olho clínico relativamente às imperfeições, alimentam a autocrítica e vêem a sua auto-estima diminuída.
Já imaginou o que seria viver com alguém que está sistematicamente a reclamar da forma como você cozinha, das imperfeições do seu corpo, do seu desempenho no trabalho, das suas competências como mãe, filha, mulher, amante, dona-de-casa e – cereja no topo do bolo – ainda lhe diz que devia fazer dieta e exercício físico? Esta pessoa poderia deixá-la deprimida, ansiosa e à beira de um ataque nervos. Agora pense que é possível que esta pessoa mesquinha e agressiva seja… VOCÊ MESMA.
A solução é aceitar-se como é na realidade, sem expectativas irrealistas. Analise as suas prioridades e assuma a responsabilidade pelas suas escolhas. Se é mãe/mulher/trabalhadora/estudante, não será emocionalmente muito inteligente querer ser também uma especialista na cozinha. Lembre-se de que é possível implementar algumas mudanças no seu estilo de vida, contribuindo para que se sinta mais satisfeita com o seu corpo, mas isso implica assumir um compromisso, delegar responsabilidades e trabalhar arduamente.
Aqui estão algumas dicas para fugir aos ciclos viciosos da autocrítica excessiva:
- Analise de forma serena os seus pensamentos. É provável que pense muitas vezes “Eu não sou capaz” ou “Eu não sou boa neste papel”. Atente à sua própria negatividade.
- Se der por si a usar com frequência expressões como “deveria”, “sempre” ou “nunca”, é provável que esteja a ser demasiado dura consigo mesma.
- Faça uma lista de todas as coisas de que não gosta em si mesma em todas as áreas da vida.
- Olhe-se ao espelho e identifique as coisas de que gosta, as que são neutras e as de que não gosta no seu corpo.
- Se se sente entediada, frustrada, abatida e desconfortável com regularidade, estes podem ser sintomas dos seus pensamentos negativos. Tente identificar os seus pensamentos mais irracionais.