Todos os anos ouvimos falar sobre os riscos associados à exposição excessiva das crianças à televisão e ao computador – os meios de comunicação esforçam-se por dar a conhecer a opinião de especialistas, numa tentativa de chamar a atenção para a importância do exercício físico (por oposição ao sedentarismo destas actividades). Noutra perspectiva, são divulgados estudos que evidenciam o comprometimento do desenvolvimento psicológico das crianças mais expostas aos passatempos da era moderna. Um estudo britânico divulgado recentemente mostrou que uma criança que passe pelo menos duas horas por dia à frente da televisão ou do computador tem um risco mais elevado de desenvolver problemas psicológicos, independentemente da actividade física praticada. É verdade que as crianças mais activas do ponto de vista físico e que passam pelo menos 2 horas por dia em frente a um monitor mostraram maior facilidade na resolução de problemas emocionais, mas evidenciaram maiores dificuldades nas áreas comportamentais, inclusive no que diz respeito à hiperactividade.
A investigação, que envolveu mais de 1000 crianças entre os 10 e os 11 anos, colheu dados correspondentes ao tempo dedicado à TV e ao computador, correlacionando-os com os resultados da avaliação da saúde mental dos jovens. Os resultados são claros: as crianças que passam pelo menos 2 horas por dia a ver televisão e/ou a usar o computador em actividades recreativas (e não para estudar) têm mais dificuldades psicológicas quando comparadas com aquelas que passam menos tempo à frente de um écran e estas dificuldades persistem, mesmo que as crianças pratiquem muito exercício físico.