Vivemos numa era em que as oportunidades académicas e profissionais estão, mais do que nunca, ao alcance da maioria das mulheres e, no entanto, uma larga fatia da população feminina continua a sofrer com problemas de autoconfiança. Mais do que nos homens, a autoestima das mulheres começa a sofrer “alfinetadas” logo na infância. As meninas aprendem a vestir-se e a comportar-se de forma a serem aceites pelo grupo de pares e para atrair a atenção dos rapazes. Se, ao longo do desenvolvimento emocional, as opiniões dos outros continuarem a dominar, as raparigas aprendem a adaptar-se aos gostos dos outros, perdendo a sua identidade. Este é meio caminho para uma vida de infelicidade, dificuldades profissionais e relacionais. É também uma das razões por que, genericamente, as mulheres são menos felizes do que os homens.
Felizmente, é possível promover a autoestima e aumentar a capacidade de perceber as próprias habilidades e competências. À medida que a autoestima cresce, cresce também a criatividade, a ambição, a saúde física e emocional e a resiliência (capacidade para se reerguer depois das adversidades).
Esta perceção não é determinada por comparações com terceiros nem depende da aprovação dos outros. É a satisfação pessoal, que não é baseada na beleza, no talento, na inteligência, no estatuto social ou na popularidade. Trata-se de ser capaz de dizer a si mesma “Eu tenho valor e mereço ser amada”. O valor de uma pessoa não pode ser baseado na sua beleza ou naquilo que alcança ao longo da vida. E a prova é que há mulheres que são admiradas socialmente, que atingem o sucesso profissional e financeiro e, ainda assim, vivem com falta de autoestima.
Sem autoestima, assim que uma relação amorosa termina, a pessoa perde a confiança, perde a noção do seu valor. Pelo contrário, uma pessoa com a autoestima elevada tem consciência do que vale, independentemente dos eventos por que passa. Compete a cada pessoa determinar os princípios que a norteiam e aquilo que dá sentido à sua vida, sendo absolutamente honesta consigo mesma. Isto implica conhecer-se a si mesma, gostar de si. Não importa o que os outros pensam – a autoestima é construída com base naquilo que cada pessoa pensa acerca de si mesma.