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19.10.11

SATISFAÇÃO SEXUAL DEPOIS DO CANCRO DA PRÓSTATA

O diagnóstico de uma doença séria, como o cancro, está cada vez mais associado à busca de informação através da Internet. Muitas vezes ainda só há a suspeita de doença e já o doente e/ou os seus familiares estão a tentar obter informações online sobre os caminhos a seguir. Claro que os riscos inerentes a estes comportamentos são imensos, já que a Internet coloca à nossa disposição informação rigorosa e fidedigna mas também dados cientificamente imprecisos, ultrapassados e, nalguns casos, absolutamente distorcidos.

Quando um homem recebe o diagnóstico de cancro da próstata, é natural que se confronte com a possibilidade de, mesmo que o tratamento seja bem-sucedido, vir a sofrer de disfunção eréctil. E é aqui que tantas vezes começa o dramatismo, a confusão, o retraimento e a desinformação. Como continuam a vigorar muitos tabus no que diz respeito à sexualidade, muitos destes doentes sofrem em silêncio com as informações dispersas que vão encontrando, deprimindo-se com as consequências do cancro. A maior parte destes sobreviventes tem medo de não voltar a sentir desejo ou prazer sexual mas nem todos conseguem falar abertamente sobre isso com a companheira ou com os clínicos que os acompanham. Por pudor, embaraço e medo, são muitas as pessoas que desistem de obter satisfação sexual, acomodando-se a uma vida de casal sem intimidade física. Para agravar a situação, do outro lado pode estar uma mulher que iniciou o penoso estádio da menopausa e que, em função dos sintomas associados, também se retrai.

As investigações recentemente realizadas com sobreviventes do cancro da próstata e seus cônjuges mostram que é possível melhorar significativamente a satisfação sexual em cerca de um ano.

A terapia conjugal mostra-se assim eficaz no aumento do desejo sexual feminino, no tratamento da disfunção eréctil e, principalmente, no aumento do prazer destes casais. Além disso, estes estudos mostram a pertinência da intervenção terapêutica online - através de ferramentas de comunicação como o Skype - e não apenas da terapia presencial. Para algumas destas pessoas é mais confortável aceder à terapia sexual por videoconferência, na medida em que conseguem desprender-se mais facilmente da vergonha associada a esta exposição. Surpreendentemente, as melhorias são claras e sólidas quer quando há terapia de casal convencional, quer quando há terapia através da Internet. Ao fim de aproximadamente um ano os membros do casal relatam maior satisfação sexual, intimidade emocional e bem-estar geral.
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