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7.2.12

AMOR – PERGUNTAS FREQUENTES (PARTE 1)



De cada vez que um jornalista me contacta no sentido de recolher informações para reportagens/ dossiers sobre Amor/ Relacionamentos, há questões que se repetem. A verdade é que o assunto não perde atualidade e o interesse do público cresce na medida em que cada pessoa vai enfrentando diariamente desafios associados à vontade de viver um amor intenso e duradouro.

PORQUÊ QUE, COM A PASSAGEM DOS ANOS,
OS RELACIONAMENTOS CAEM NA ROTINA OU ESFRIAM?

Cair na rotina tem um lado bom – todos nós precisamos de segurança e esta também resulta do facto de termos construído, ao longo do tempo, algumas rotinas ou rituais familiares. Mas há evidentemente uma conotação negativa na expressão “cair na rotina”. Sempre que nos acomodamos e damos o outro como garantido, corremos riscos. À medida que o tempo passa, cada um dos membros do casal amadurece e com esse crescimento pessoal surgem mudanças, até em relação aos respetivos interesses. Acompanhar o crescimento de quem está ao nosso lado é um desafio interessante mas trabalhoso. Como noutras áreas da vida, quanto mais prestarmos atenção às necessidades da pessoa que amamos, dando o nosso melhor, mais frutíferos são os nossos esforços. Pelo contrário, ignorar essas necessidades implica correr riscos (desnecessários). E se é verdade que um casal pode muito bem cair na rotina durante alguns anos – normalmente enquanto estão ocupados com a educação dos filhos -, a verdade é que pode ser só uma questão de tempo até que a bomba rebente.

A CRISE DOS 7 ANOS É VERDADE OU UM MITO?

Vivemos sob o primado do Amor, o que significa que são cada vez menos as pessoas que se sujeitam a estar numa relação em que não se sintam preenchidas. Um casal pode acomodar-se a uma má relação durante algum tempo mas, nos dias de hoje, essa acomodação tem um prazo. As relações amorosas, como as famílias, atravessam diversas etapas e é expectável que, de vez em quando, os membros do casal façam uma espécie de balanço. Na prática, isso acontece a cada 6, 7, ou 8 anos. Nos relacionamentos felizes, as pessoas nem dão conta desse processo – sentem-se satisfeitas e pronto! Mas quando pelo menos um dos membros do casal começa a fazer o balanço da sua relação e se depara com motivos de insatisfação e (principalmente) com necessidades que ficaram por preencher ao longo do tempo, é provável que comece a questionar “O que é que eu estou a fazer nesta relação?”, “Será que ele(a) alguma vez vai mudar?” ou “Quanto tempo aguentarei viver assim?”. Está instalada a crise – nalguns casos, ao fim de 7 anos, noutros um pouco antes ou até dois ou três anos depois.

COMO EVITAR AS DISCUSSÕES E OS PROBLEMAS SÉRIOS NA RELAÇÃO?

Em geral, as discussões fazem parte da vida a dois – e isso não é particularmente negativo. Não sendo expectável que um casal passe muito tempo sob tensão, a verdade é que o conflito pode ser importante para que o relacionamento evolua. Mais: os casais que não discutem correm muito mais riscos do que os que discutem, na medida em que a ausência de conflito impede que a intimidade cresça. Há um sentimento de pertença, de união, que resulta da capacidade para enfrentar as divergências e que os casais que evitam o conflito nunca chegam a conhecer.

Claro que até para discutir e resolver problemas é preciso ser-se emocionalmente inteligente, sob pena de as discussões se transformarem em plataformas para uma crise conjugal. Antes de mais, é fundamental que os membros do casal aprendam a reconhecer a REAL dimensão dos problemas e que assumam que NEM TODOS OS PROBLEMAS TÊM UMA SOLUÇÃO. Há divergências sérias que merecem ser alvo da atenção dos membros do casal e para as quais é crucial encontrar uma solução. De um modo geral, os problemas mais sérios envolvem pelo menos um de 3 assuntos: DINHEIRO, SEXO ou FAMÍLIA DE ORIGEM. Ignorar o problema implica colocar o parceiro numa posição muito frágil. Sempre que a pessoa que amamos resolve minimizar um problema que é central na relação, aumenta a insegurança e o desamparo. Mas há muitas pessoas que empolam pequenas insatisfações/ defeitos do cônjuge, exercendo uma autêntica caça aos erros do outro e transformando o dia-a-dia conjugal num verdadeiro inferno. Relativizar é a palavra-chave. Cada um de nós tem de reconhecer que É IMPOSSÍVEL MUDAR A PESSOA AMADA, pelo que não adianta fazer um braço-de-ferro por questões que não merecem tanta energia.

Por outro lado, mesmo no caso de existirem problemas sérios, importa assumir que, muitas vezes (na maioria das vezes, aliás) os problemas são geridos, não resolvidos. É por isso que nos habituámos a ver os nossos pais ou os nossos avós a divergir uma vida inteira sobre os mesmos assuntos. Ainda que discutam, eles estão apenas a gerir os problemas – e isso não é necessariamente mau!

Continua…
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