Ainda que haja cada vez mais formas de família, e ainda que o divórcio seja cada vez mais uma ameaça às relações duradouras, a maior parte dos casais continua a desejar ter filhos, mesmo aqueles que têm filhos de relações anteriores. E se é verdade que a maior parte das pessoas adia esse projeto em nome da estabilidade profissional e financeira, também é certo que, a partir do momento em que o casal decide tentar, é muito fácil cair na armadilha dos comportamentos obsessivos. À medida que isso acontece, é a relação conjugal que passa a estar em perigo.
De acordo com um estudo realizado
há pouco tempo nos EU, 42% das mulheres que engravidaram assumiram que se
tornaram obsessivas em relação ao assunto assim que começaram a tentar.
Curiosamente, só em 10% dos casos é que os homens se preocuparam na mesma
medida.
Todos os anos há milhões de
casais em todo o mundo com dificuldade em engravidar. E em aproximadamente 50%
dos casos a infertilidade é atribuída ao homem (maioritariamente devido a baixa
contagem de esperma). No entanto, são as mulheres que, à medida que o tempo
passa, dão passos mais ou menos estruturados (em muitos casos de forma muito
atabalhoada) para apressar a gravidez – mudando de hábitos alimentares,
ingerindo suplementos que teoricamente favorecem a ovulação, investindo em
testes de ovulação, etc.
Como continua a haver muitos
homens que – explícita ou implicitamente – se mostram indisponíveis para
efetuar exames que permitam o despiste de infertilidade masculina, a pressão
recai maioritariamente sobre a mulher. À medida que os níveis de ansiedade
crescem, crescem naturalmente os medos, as crenças irracionais e, claro, a
probabilidade de se fazer disparates.
O estudo evidencia outras
conclusões importantes:
❤ 44% das pessoas que estão a
tentar engravidar preocupam-se com a possibilidade de não conseguirem por terem
adiado a maternidade por muito tempo.
❤ 59% admite que não contará a
familiares e amigos que está a tentar engravidar (com medo de não conseguir).
❤ 49% das mulheres que demoraram a
conseguir engravidar assume que o parceiro não estava disponível para fazer uma
contagem de esperma.
O estudo mostra também, de forma
clara, os frutos do isolamento a que estes casais se sujeitam, evidenciando o
peso dos medos irracionais:
Antes da gravidez
90% acreditava que
receberia apoio do parceiro.
Depois do parto
76% recebeu esse apoio.
Antes da gravidez
80% acreditava que a
relação ficaria mais forte
Depois do parto
64% assume que a
relação ficou mais forte.
Antes da gravidez
74% achava que o
parceiro sabia como dar apoio.
Depois do parto
61% confirma que o
parceiro sabia como dar apoio.
Antes da gravidez
92% achava que o
parceiro ficaria entusiasmado com o facto de serem pais.
Depois do parto
80% confirma o
entusiasmo.