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28.5.12

ANTIDEPRESSIVOS NA GRAVIDEZ PODEM PRODUZIR HIPERTENSÃO



A gravidez é, de um modo geral, um estado de graça para o casal. Como o nascimento de um filho é, cada vez mais, um evento muito planeado, estes 9 meses são normalmente vividos com muito entusiasmo. No entanto, algumas mulheres atravessam esta etapa do ciclo de vida condicionadas pela depressão, sendo que alguns estudos apontam para o facto de o uso de antidepressivos ser uma realidade em aproximadamente 14 por cento das gravidezes. Sendo esta medicação essencial no tratamento de um transtorno depressivo, importa olhar também para os possíveis efeitos secundários.

Um estudo desenvolvido recentemente no Canadá mostrou que as mulheres que tomaram antidepressivos durante a gravidez tinham uma probabilidade 53 por cento maior de desenvolver hipertensão do que aquelas que não tinham tomado estes medicamentos. E o risco é maior (subindo para 60 por cento) entre as grávidas que tomaram antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS).

O estudo coloca em evidência a necessidade de os médicos avaliarem cuidadosamente os riscos e os benefícios associados à toma deste tipo de medicamentos, sendo certo que, se se optar pelo seu uso, é fundamental que haja uma monitorização precisa.

Importa ainda salientar que as mulheres a quem seja diagnosticada hipertensão gestacional não devem pura e simplesmente abandonar a medicação, mas antes consultar o seu médico no sentido de, juntos, decidirem sobre a decisão mais ajustada. A verdade é que a interrupção abrupta da toma do antidepressivo pode implicar outros efeitos secundários e/ ou sintomas de abstinência.

E as mulheres que já tomavam antidepressivos antes de engravidar também não devem interromper a toma por sua conta e risco. A maior parte dos antidepressivos requer um processo de desmame que deve ser clinicamente acompanhado. Ao fazer uma interrupção abrupta, a grávida pode estar a fazer mal à sua saúde, bem como à do seu bebé.

Esta é, portanto, uma questão muito sensível que, na medida do que for possível, deve implicar a ponderação cuidada e o recurso a uma equipa multidisciplinar – médico de família, ginecologista, psiquiatra e psicólogo.
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