Consultório            Facebook           Instagram            YouTube            Página Inicial


2.10.12

TRATAMENTO PARA INSÓNIAS


As perturbações do sono constituem um dos principais motivos por que muitos portugueses tomam ansiolíticos (calmantes). Como tenho referido por aqui, a insónia é muitas vezes, mais do que um problema, uma das manifestações de um problema mais sério – um transtorno depressivo ou ansioso. Independentemente daquilo que está por detrás desta perturbação do sono, uma coisa é certa:

A medicação ansiolítica NÃO é
tão eficaz no tratamento das insónias
quanto o é a psicoterapia, nomeadamente
as técnicas cognitivo-comportamentais.

É isso mesmo que demonstra um estudo recente desenvolvido no Reino Unido.

Quando um paciente pede ajuda terapêutica para tratar as insónias, há alguns passos específicos que permitem que o sucesso seja alcançado:

- INFORMAÇÃO. Como em quase tudo na vida, ter informação implica ter poder. É na medida em que o paciente seja informado sobre aquilo que condiciona – pela positiva e pela negativa – o nosso sono que começa a perceber que tem, efetivamente, algum poder sobre o seu problema.

- HIGIENE DO SONO. Como já tive oportunidade de explicar, há hábitos que favorecem a existência de padrões de sono saudáveis e há hábitos que, ainda que possam ser associados ao decréscimo do stress, produzem exatamente o efeito contrário. Ser capaz de mudar esses hábitos implica ter efetivo controlo sobre um problema que, a prazo, se torna potencialmente incapacitante.

- MONITORIZAÇÃO DOS PRÓPRIOS HÁBITOS. Os esforços avulsos dificilmente produzirão mudanças significativas, pelo que é importante que o paciente monitorize, por escrito, as suas tentativas para colocar em prática hábitos de sono saudáveis.

- MONITORIZAÇÃO DOS PENSAMENTOS. A ansiedade a que as insónias tantas vezes estão ligadas está quase sempre associada a pensamentos automáticos negativos. É na medida em que esses pensamentos sejam identificados e substituídos, através da terapia (reestruturação cognitiva) por pensamentos razoáveis que, por sua vez, darão lugar a níveis significativos de bem-estar.

- INFORMAÇÃO SOBRE A MEDICAÇÃO. Muitos portugueses tomam medicamentos em relação aos quais pouco ou nada sabem e isso é particularmente visível no que diz respeito à medicação ansiolítica e antidepressiva. Dentre outras questões, importa que o paciente tenha consciência de que os vulgares calmantes têm uma efeito aditivo, causando habituação, e de curta duração (ao fim de relativamente pouco tempo passam a ser necessárias doses mais elevadas para que o paciente consiga dormir).

Independentemente destes passos,
um processo psicoterapêutico consegue
aquilo que nenhum medicamento pode prover:
um olhar atento e abrangente sobre
as causas desta dificuldade e uma
resposta específica, ajustada a cada pessoa.

Terapia Familiar e de Casal em Lisboa