A pedido do jornal EXPRESSO tive oportunidade de comentar os resultados de um inquérito sobre “O SEXO DOS PORTUGUESES”. Deixo aqui os resultados relativos ao capítulo “SEXO E INTERNET”, bem como a minha análise.
COSTUMA
USAR A INTERNET?
❤ 46% dos portugueses dizem que sim: 51%
nos homens e 42% nas mulheres.
❤ A utilização é mais alta nas faixas
mais jovens da população: 77% nos inquiridos entre 28-24 anos, 70% nos 25/34,
60% nos 35-44. A partir daí baixa significativamente.
❤ usam mais os das classes A/B (63%) e C
(61%).
❤ O Norte Litoral é a região do país com
menor percentagem de utilizadores (33%).
(A PARTIR DAQUI OS DADOS SÃO REFERENTES APENAS ÀQUELES QUE USAM A INTERNET)
JÁ
PROCUROU PARCEIRO ATIVAMENTE NA INTERNET?
❤ 14% dos homens portugueses admitem já
ter procurado um(a) parceiro(a) na Internet para uma relação sexual ocasional.
Nas mulheres apenas 2%.
❤ 9% dos homens fizeram-no para uma
relação amorosa / 4% das mulheres fizeram-no também para o mesmo fim.
Este é um número a
aumentar?
De acordo com a minha experiência clínica, sim, este é um número
em crescimento acentuado. Note-se, no entanto, que as respostas a este
inquérito terão sido com certeza condicionadas pelo estigma e pelos
preconceitos associados ao tema "encontrar parceiro através da
Internet". Para a esmagadora
maioria das pessoas a ideia de os membros do casal se conhecerem através da
Internet continua associada a fragilidades emocionais e falta de competências
sociais. Vivemos numa sociedade cada vez mais informatizada, as famílias
têm desafios cada vez maiores em função de a comunicação presencial ser
constantemente "atropelada" pelo uso da tecnologia de consumo e, no
entanto, recusamo-nos a assumir que a Internet possa ser um recurso positivo na
promoção de laços amorosos.
Achou demasiado baixo?
Deveria ser mais expressivo?
Quando comecei a trabalhar com casais, há cerca de 12 anos, já
havia Internet e também já existiam relações que se iniciaram por essa via. Mas
há 12 anos, como agora, as pessoas revelavam a medo esse pormenor, mesmo em
sede de terapia. Hoje há muito mais casais nestas circunstâncias, há muito mais
pessoas com mais do que um relacionamento resultante da Internet mas continuam
a prevalecer as tentativas de escamoteamento da realidade. Conheço casais que
não revelaram à família alargada que se conheceram através da Internet,
preferindo dar a conhecer uma versão diferente dos acontecimentos.
Nesse sentido, parece-me muito provável que, mesmo sob o anonimato,
muitas pessoas optem por distorcer a realidade neste inquérito.
É curioso que quase 10%
dos homens fê-lo em busca de uma relação amorosa... Que comentários faz sobre
esta realidade? Considera que a internet é cada vez mais uma forma de procurar
parceiro na nossa sociedade? Porquê? Também no seu consultório apercebe-se
disto? De que há mais homens a procurar parceiros(as) mais ativamente. Para
sexo e amor? Ou as mulheres comportam-se cada vez mais da mesma maneira?
A experiência clínica mostra-me que há uma ligeira diferença de
géneros: a procura é mais ativa entre os homens. Na minha perspetiva isso está
relacionado com o facto de os homens terem, de um modo geral, redes de suporte
mais fracas do que as mulheres, sentindo-se significativamente mais sós quando
estão solteiros (ou divorciados). Por exemplo, na sequência de uma separação conjugal, os homens levam, em geral,
menos tempo até começar a procurar ativamente encontrar alguém. E uma larga
percentagem fá-lo através da Internet, na medida em que é através das
plataformas de comunicação que a Internet oferece que se sentem mais seguros.
Deste grupo, nem todos buscam exatamente uma relação de compromisso. Muitos vão
sobretudo em busca de experiências que permitam minorar a solidão associada ao
período de luto.
Por outro lado, tenho recebido muitos pedidos de ajuda de mulheres
que recorreram às mesmas plataformas de comunicação e que se confrontaram,
desiludidas, com o facilitismo associado às relações ocasionais e com a
dificuldade em encontrar parceiros dispostos a assumir relações de compromisso.
Há cada vez mais mulheres a enveredar por relações ocasionais,
meramente baseadas no sexo, com início a partir da Internet - solteiras mas
também casadas (relações extraconjugais). No entanto, pelo meu consultório
continuam a passar mais mulheres que
acedem a viver amizades coloridas por não serem capazes de assumir, de forma
assertiva, que aquilo que procuram são relações sérias. Fazem-no quase
sempre na esperança de que o outro mude e, mais cedo ou mais tarde, a relação
evolua.
JÁ
TEVE SEXO COM ALGUÉM QUE CONHECEU NA INTERNET?
❤ Sim: 13% dos portugueses. 19% dos
homens / 6% das mulheres.
❤ Maior percentagem na população entre os
55-64 (20%) e nos mais jovens: 14% nos 18-24 e 25-34.
13% dos portugueses usa a
internet também para este fim. Estava à espera de um número maior? A tendência
é aumentar? Que tempos é que vivemos? As redes sociais proporcionam uma vida
sexual mais expansiva? Mais oportunidades de sexo anónimo e rápido? Mesmo na
internet são os homens os mais sexuais...
Mais uma vez, a experiência clínica mostra-me que estes números
estão em crescimento. Não estou segura de que haja um equilíbrio entre homens e
mulheres que busquem proativamente relações ocasionais sobretudo porque, como
referi antes, existem diferenças de género no que toca à busca de uma relação
de compromisso. Apesar disso, o número de mulheres que escolhe ter um
relacionamento ocasional a partir da Internet é cada vez maior. A esta
realidade não é alheio o fenómeno das redes sociais, em particular do Facebook.
As redes sociais vieram
aproximar de forma socialmente aceite ex-colegas de escola, ex-namorados,
ex-vizinhos e amigos de amigos, permitindo, de forma mais ou menos imediata, a partilha de dados
mais ou menos íntimos. Daí ao flirt e ao relacionamento físico pode ser um
pequeno passo.
FENÓMENO DO SEXTING: ALGUMA
VEZ ENVIOU FOTOS, VIA TELEMÓVEL OU INTERNET, EM QUE APARECIA NU, MESMO QUE
APENAS EM PARTE?
❤ Sim: 15% dos inquiridos/dos
portugueses. Homens: 18%/mulheres:12%.
❤ Sim: 18-24: 19%; 25-34: 20%; 35-44:
17%; 45-54:7%.
É a faixa etária entre os
25 e 34 anos a que mais fez isto (20%), seguidos do grupo mais novo, 18/24 (19%). 15% é um numero
interessante não acha? Ainda há pouca consciência dos perigos da internet e da
perda de intimidade e privacidade?
O sexting é, cada vez
mais, uma ferramenta de sedução, quer no início das relações, quer nas relações
mais estáveis. Contudo, a esmagadora
maioria das pessoas que partilha este tipo de dados ignora os riscos que corre.
A experiência clínica mostra-me que a maioria das pessoas que o faz desconhece
as definições de privacidade associadas às respetivas contas de Facebook, e-mail
e telemóvel. De resto, uma parte significativa dos casos de infidelidade que
chegam até ao meu consultório estão precisamente relacionados com a negligência
em relação a esta matéria (acabando por tornar-se mais provável que o cônjuge
aceda a estas mensagens).
ALGUMA
VEZ ENVIOU FOTOS, VIA TELEMÓVEL OU INTERNET, EM QUE O SEU/SUA COMPANHEIRO(A)
APARECIA NU(A), MESMO QUE APENAS EM PARTE?
❤ Sim: 5%: homens: 6%; mulheres: 3%.
❤ Sim: maior incidência: 25-34: 8%.
JÁ
ALGUMA VEZ USOU A INTERNET PARA FAZER SEXO VIRTUAL, UTILIZANDO SALAS DE CHAT,
PROGRAMAS DE MESSENGER OU WEBCAM?
❤ Sim: 9% (9% dos quem têm internet já
tiveram “sexo virtual”).
❤ Sim: homens (12%), mulheres (7%).
A faixa etária que mais
assume é a dos 25/34 (14%). Que comentário faz? Os
números reais poderão ser mais expressivos? O sexo virtual é uma tendência da
sociedade de hoje? Transversal nas idades e classes sociais? A verdade é que o
mundo está frente a um computador e as situações eróticas podem proporcionar-se...
Não sei se a maioria das pessoas que responderam a este inquérito
está de acordo em relação ao conceito de sexo virtual. A verdade é que para
muitas pessoas nem sequer está clara a fronteira que separa as conversas
inofensivas do flirt, pelo que acredito
que para muitos uma conversa mais “picante” não equivalha exatamente a sexo
virtual. Por outro lado, e até por comparação com as ferramentas que
existiam há uns anos (salas de IRC), creio que o sexo virtual possa assumir
hoje contornos diferentes. No tempo do
IRC a privacidade estava, apesar de tudo, mais salvaguardada e muitas pessoas
optavam pelo sexo virtual mesmo que não quisessem passa-lo para o campo real.
Hoje a maior parte das relações virtuais acontecem através de plataformas que implicam
maior exposição, como o Facebook. Isso implica menos privacidade mas maior
facilidade de passagem ao ato, pelo que, mesmo que haja menos sexo virtual, há
muito mais sexo real a partir da Internet.
ESSA
EXPERIÊNCIA DE SEXO VIRTUAL TEVE COMO PARCEIROS:
❤ Desconhecidos: 29%. (homens: 41%;
mulheres: 4%).
❤ Pessoas com quem já tinha um
relacionamento na net: 23%.
❤ Pessoas com quem já tinha um
relacionamento fora da net: 41%.
(Os dados devem ler-se seguindo a fórmula:
x por cento dos portugueses que tiveram sexo virtual fizeram-no com…)
A ideia de sexo virtual
pressupõe na maioria dos casos sexo com alguém desconhecido, não é? Esta é ma
nova forma de as pessoas se relacionarem atualmente?
Tanto quanto posso perceber pela experiência no consultório, o
sexo virtual faz sobretudo parte do jogo de sedução associado ao início das
relações. Isso não significa que as pessoas envolvidas sejam propriamente
desconhecidas (não o são na maioria das vezes). Implica, isso sim, que por esta via sejam ditas (ou escritas)
coisas que mais dificilmente se diria nos primeiros encontros presenciais.
De resto, há cada vez mais pessoas – solteiras e comprometidas – que alimentam
estes jogos de sedução, esticando a corda, e aumentando a probabilidade de se
envolverem emocional e fisicamente com alguém com quem não se envolveriam se
houvesse apenas encontros físicos.
COMPORTA-SE
DE FORMA MAIS OUSADA NA NET DO QUE COSTUMA FAZER FORA DELA?
❤ 16% dos portugueses que usam a net
admitem comportar-se, por vezes, de forma mais ousada na rede.
❤ 22% homens / 9% mulheres.
Esta é uma das
características na net, não é? Desinibição pelo anonimato ou pela distância e
controlo da situação, correto?
A Internet é, efetivamente, um meio de comunicação que facilita a
desinibição social e que, consequentemente, nos expõe a riscos que, em
definitivo, não correríamos no plano real. Como referi antes, a maior parte das
pessoas sente que controla a situação ao mesmo tempo que ignora as “regras do
jogo”. É relativamente fácil
deixarmo-nos envolver por palavras de sedução e viciarmo-nos em plataformas de
comunicação que nos encham o ego.
TEM
PERFIL NO FACEBOOK?
❤ Sim: 66%.
❤ Não: 34%.
Filtro: Dos que usam internet.
O(A)
SEU (SUA) ATUAL COMPANHEIRO(A) É SEU AMIGO NO FACEBOOK?
❤ Sim: 54% (18-24: 66%).
❤ Não: 19%.
Ainda assim 19% dos
inquiridos não tem o(a) companheiro(a) como amigo no Facebook… Que comentário faz?
Isto é indiciador de infidelidade? Ou de terreno para isso? Pelo que sei tem na
sua experiência clínica muitos casos de relacionamentos afetados pelo Facebook.
Que casos lhe chegam às mãos? O Facebook é um bom meio para a infidelidade? Os
pudores desaparecem no FB?
O facto de os membros do casal não serem amigos no Facebook não é,
em si mesmo, indiciador de infidelidade nem sequer um sinal de perigo. Existem
alguns casos em que um dos membros do casal não é utilizador da rede social,
assim como existem casais que optam por fazer utilizações independentes do
Facebook sem que isso implique ausência de transparência e de confiança. No
entanto, não posso ignorar o facto de em muitos destes casos este poder ser um
fator de risco. A assunção da relação no
Facebook não confere uma proteção especial aos membros do casal mas fomenta a
confiança. Há cada vez mais pessoas que são infiéis a partir do Facebook –
umas de forma premeditada, outras nem por isso. E também há cada vez mais
pessoas que são amigas do cônjuge no Facebook ao mesmo tempo que criam perfis
alternativos (ocultos) ou partilham apenas alguma informação com o(a)
companheiro(a), recorrendo às definições de privacidade que o Facebook oferece.
Há ainda quem “anuncie” a sua relação de compromisso apenas com uma parte dos
seus amigos.
Há definitivamente uma parte dos nossos pudores que desaparecem
com o Facebook e que nos expõem às tentações de uma relação virtual (e mais
tarde possivelmente também física).
COSTUMA
OMITIR AO SEU PARCEIRO INFORMAÇÃO QUE PUBLICA NO FACEBOOK?
❤ 18% dos portugueses inscritos nesta
rede social (26% nos homens) admite fazê-lo. Nas mulheres só 10%.
O Facebook per si pode
criar situações de infidelidade em casais que estão aparentemente bem? Pode
estimular relações extraconjugais?
O Facebook tem algumas especificidades que potenciam as relações
extraconjugais. Isso está sobretudo relacionado com a circunstância de esta
plataforma nos colocar em contacto direto com pessoas que, não sendo completas
estranhas (amigos de amigos, por exemplo), também não são propriamente amigas e
com quem partilhamos, no plano virtual, uma parte da nossa intimidade. Esse é
(ou pode ser) meio caminho para a promoção de relações amorosas. A experiência
clínica mostra-me que há um número crescente de relações extraconjugais com
início a partir do Facebook.
JÁ
ALGUMA VEZ FEZ UM PEDIDO DE AMIZADE A ALGUÉM NO FACEBOOK COM A INTENÇÃO DE QUE
ESSA PESSOA PODERIA VIR A SER UM(A) PARCEIRO(A) SEXUAL?
❤ Sim: Um terço dos homens no Facebook
(34,4%) já adicionou alguém com a intenção de que essa pessoa poderia vir a ser
um(a) parceiro(a) sexual.
❤ Sim: elas apenas 11%.
Tanto este resultado como
o seguinte são curiosos e mostram bem que boa parte dos que usam redes sociais como
o Facebook fazem-no também para conhecer sexualmente ou amorosamente outros. As
redes sociais propiciam... os encontros... certo? Que opinião tem sobre a
dimensão das redes sociais para fins amorosos ou sexuais? É a tendência da
sociedade? Haverá ainda muita gente a não assumir isto. Mesmo através de um
inquérito?
No caso específico do Facebook há cada vez mais pessoas que
encontram nesta rede social a oportunidade de conhecerem outras pessoas e, a
partir daí, iniciarem uma relação amorosa. Atendendo aos casos que tenho
acompanhado, parece-me uma via tão ajustada como qualquer outra mas, tal como acontece quando dois adultos se
conhecem numa discoteca, num jantar de amigos ou em contexto profissional, é
fundamental conhecer as “regras do jogo” e evitar comportamentos impulsivos. De
um modo geral, os comportamentos impulsivos são geradores de erros e
arrependimentos e isso é naturalmente generalizável ao Facebook e a outras
redes sociais. Na Internet há um risco acrescido: a partilha que é feita pode
dar a ilusão de que exista um nível de intimidade emocional e de conhecimento
mútuo que, na prática, corresponde apenas àquilo que cada uma das pessoas envolvidas
escolheu partilhar. As máscaras que
usamos online são em muito maior
número do que aquelas que conseguimos usar no contacto presencial.
Entendo que haja algum encantamento generalizado associado à
possibilidade de se poder “conhecer” muita gente de forma relativamente
imediata mas creio que para uma percentagem significativa dos portugueses
(utilizadores da Internet) o Facebook ainda não é “a” forma de mais solidamente
encontrar uma relação.
Outra questão: O Facebook
está a mudar a forma como nos relacionamos com os outros? E há ainda um estigma
perante as pessoas que se relacionam através do FB?
Em relação ao estigma creio que já me pronunciei antes. Na minha
perspetiva o Facebook – e outras ferramentas disponíveis através da Internet –
tem contribuído para que haja mudanças na forma como nos relacionamos, sim. Nas redes sociais quase tudo é cor de rosa,
não acedemos ao tédio que os outros possam sentir a propósito das nossas
preocupações, não há interrupções… Em suma, não há uma série de
aborrecimentos que são incontornáveis quando se tem uma relação estável e
duradoura. A disponibilidade aparente que nos mostra quem está do outro lado do
ecrã contrasta – de forma perigosa – com o cinzentismo de alguns períodos de
qualquer relação real. Um olhar superficial, desatento, pode dar a ilusão de
que é ali, no plano virtual, que nos sentimos mais compreendidos, que vemos as
nossas emoções mais validadas.
JÁ ALGUMA VEZ ACEITOU UM PEDIDO DE AMIZADE DE ALGUÉM NO FACEBOOK COM A INTENÇÃO DE QUE ESSA PESSOA PODERIA VIR A SER UM(A) PARCEIRO(A) SEXUAL?
❤ 23% dos inquiridos com Facebook disse
que sim.
❤ 36% dos homens e 9% das mulheres.
Que comentário faz? É
verdade que no seu consultório este tema começou a ser tão recorrente que a
levou a escrever um livro? Sei que citou um estudo que aponta o FB como o
causador de cerca de 28 milhões de divórcios. À escala portuguesa isto
aplica-se?
Do mesmo modo que uma pessoa pode aproximar-se fisicamente de
alguém apenas com o intuito de que haja um contacto sexual (precisando, neste
caso, de recorrer a estratagemas mais ou menos complexos, mais ou menos
formais), parece-me lógico que o mesmo se aplique no Facebook. Nas redes
sociais o hiato entre uma primeira abordagem e o acesso a algum feedback
positivo pode ser encurtado pela ausência de formalidades, pelo uso de
linguagem mais despudorada e pela ténue
fronteira entre a brincadeira inócua e o flirt. Dos pedidos de ajuda que
chegam até mim, numa percentagem significativa dos casos de terapia de casal o
Facebook é mencionado como fonte de dificuldades (não necessariamente como
estando na origem de relações extraconjugais).