A expressão, apesar de
‘estrangeira’, passou rapidamente a fazer parte do léxico dos portugueses. A
violência entre pares sempre existiu mas, nos últimos tempos, ganhou um nome,
que é estudado por profissionais, e que é, infelizmente, o conceito por detrás
de algumas notícias dramáticas com final infeliz. Em função precisamente do
mediatismo que o bullying vem tendo,
há um interesse cada vez maior da parte de pais, professores e outros agentes
de educação no sentido de compreender o fenómeno e, assim, se poder intervir de
forma sólida e precoce.
Uma das questões mais relevantes
nesta matéria diz respeito ao IMPACTO do bullying.
Às marcas que ficam em função desta forma de violência. E se é verdade que a
maior parte das pessoas já é capaz de perceber que, pelo menos nalguns casos, o
assédio e a perseguição das vítimas podem ser catastróficos, nem todas as
pessoas estão sensibilizadas para o facto de este ser um problema que, mesmo
que receba a devida atenção dos adultos envolvidos, pode deixar marcas muito duradouras.
Por exemplo, poucos pais e
professores têm consciência de que as crianças que são vítimas de bullying podem transformar-se em adultos
com perturbações tão sérias como a depressão,
ansiedade generalizada, ataques de pânico, agorafobia ou ideação suicida.
Estas não são consequências irreais. São o resultado de investigações
fidedignas nesta área. Um estudo divulgado recentemente baseou-se em dados
recolhidos ao longo de 20 ANOS e mostrou de forma muito clara os efeitos do bullying a longo prazo, desmentindo a
ideia de que este é um problema passageiro, que as vítimas ultrapassam com
relativa celeridade.
Os estragos em termos emocionais
não desaparecem só porque a pessoa se afasta das situações violentas ou quando
deixa de ser vítima de bullying.
Ficam “lá”.