A atração que o Facebook
desencadeia em milhões de utilizadores em todo o mundo não tem passado
despercebida aos psicólogos e investigadores. Recentemente foram apresentados
os resultados de mais um estudo, que nos dá conta da importância que o Facebook
pode ter enquanto promotor da autoestima.
Numa parte da investigação,
estudantes universitários foram convidados a fazer um breve discurso. Enquanto
esperavam pelo feedback, foram autorizados a consultar o seu perfil do Facebook
ou o perfil de outros utilizadores. Alguns minutos depois, cada participante
recebeu uma avaliação negativa sobre o discurso, independentemente do seu
desempenho. Depois foi-lhes pedido que dessem a sua opinião sobre quão justa tinha
sido a avaliação. A investigação mostrou que os participantes que tinham consultado o seu próprio perfil assumiram
uma postura menos defensiva sobre a avaliação negativa do que aqueles que
tinham consultado outros perfis.
Noutra fase do estudo, uma parte
dos estudantes recebeu avaliação negativa enquanto a outra parte teve avaliação
positiva. Desta vez tinham a opção de consultar o próprio perfil de Facebook ou
de navegar por outras páginas, como o You Tube ou sites de notícias. A investigação mostrou que a probabilidade de escolherem o Facebook era maior entre os estudantes
que obtinham nota negativa.
Assim, a par de tantas chamadas
de atenção para os perigos associados à rede social que tem revolucionado o
mundo, surgem agora vantagens potencialmente significativas. A pesquisa sugere que o Facebook possa ser
usado de forma terapêutica em intervenções de autoafirmação.
A verdade é que entre os
utilizadores desta rede social estarão com certeza vários milhões de pessoas
que já reconhecem no Facebook a oportunidade de, através do retorno que vão
obtendo, sentirem-se bem consigo mesmos. Porquê? Porque, de um modo geral, a inclusão no FB oferece a possibilidade de cada
pessoa olhar para si mesma como pertencente a um grupo, a uma rede de suporte,
que inclua familiares e amigos. Esta vantagem pode ser especialmente
terapêutica para segmentos específicos da população. Por exemplo, as pessoas
solteiras ou recentemente divorciadas que se sintam ansiosas em relação à sua
condição podem sentir algum conforto aquando da construção ou mesmo da consulta
dos seus perfis, já que isso lhes permite refletir sobre os seus valores, sobre
a sua identidade. Do mesmo modo, os alunos que se sintam ansiosos em relação
aos exames talvez possam encontrar algum alívio na consulta dos próprios
perfis.
Veremos o que trarão as próximas
pesquisas a respeito da possibilidade de o Facebook poder funcionar como um
instrumento capaz de preservar a autoestima e a autodisciplina.