Consultório            Facebook           Instagram            YouTube            Página Inicial


26.11.13

CASAIS QUE NÃO DISCUTEM = PAZ PODRE?


A sua relação está em risco? Quais é que acha que são os sinais de um relacionamento que esteja a afundar-se? É fácil associar a frequência e a intensidade das discussões à iminência de uma rutura. Quantas vezes deu por si a pensar (ou a dizer em voz baixa) "Aqueles dois estão sempre a discutir... Não devem durar muito.". Às vezes as expectativas confirmam-se, outras não. Mas aposto que também já foi surpreendido com a notícia de divórcio de um casal que você via como uma referência, precisamente por aparentarem uma imagem de harmonia.

Já ouviu falar em paz podre? Não é por acaso que uso esta expressão. Não são os casais que irrompem pelo meu gabinete aos tropeções um no outro aqueles que mais me preocupam. É claro que o número significativo de discussões marcadas pela fúria intensa não pode ser sinal de que as coisas estejam a funcionar. Mas os casais que mais chamam a minha atenção (pela negativa) são aqueles que apresentam défice de intimidade emocional. Não confundamos as coisas. Aquilo a que me refiro pode não se traduzir na inexistência de contacto físico ou de relações sexuais. Surpreendentemente ou não, é possível que haja intimidade sexual entre duas pessoas que não cultivem a intimidade emocional. E o que é que falta quando falta intimidade emocional? Basicamente, falta tempo de qualidade para que aquelas duas pessoas se sintam realmente unidas.

Este veneno silencioso pode dar origem a problemas seríssimos como a sensação de ressentimento em relação ao cônjuge, a apatia e descrença na relação, o desinteresse, o interesse por terceiras pessoas, comportamentos compulsivos e, claro, o divórcio. Saiba quais são os possíveis sintomas deste padrão relacional e mantenha-se alerta:


  1. Clara diminuição da frequência e/ou do prazer nas relações sexuais.
  2. Um dos membros do casal prefere passar mais tempo sozinho ou com outras pessoas, em vez de estar com o parceiro.
  3. Diminuição ou inexistência de rituais de afeto como o beijo de boa noite, festinhas ou abraços.
  4. Tomar o cônjuge como garantido e deixar de valorizar os gestos de carinho, de bondade ou de generosidade. “Não fizeste mais do que a tua obrigação!” – identifica-se com este discurso?
  5. Um dos membros do casal mostra-se hipercrítico com o outro.
  6. Um dos membros do casal sente-se permanentemente injustiçado e sem vontade de partilhar as suas preocupações com o outro.
  7. Um dos membros do casal tenta encontrar justificações para desculpar os excessos de linguagem/ palavras de desrespeito do outro.
  8. Diminuição da vontade de dar carinho.
  9. Guardar para si emoções tão significativas como a desilusão, o ressentimento, o apreço ou a gratidão (por achar que não vale a pena).
  10. Falar frequentemente sobre os problemas da relação com outra(s) pessoa(s), em vez de o fazer diretamente com o cônjuge.

Terapia Familiar e de Casal em Lisboa