Algumas pessoas vivem num mundo encantado que lhes permite identificar sem pudores um conjunto de características que gostariam de encontrar num parceiro. Consideram-se suficientemente especiais ao ponto de exigirem este mundo e o outro e dizem abertamente que não se contentam com pouco. Teoricamente eu subscreveria essa postura assertiva. Não fosse o facto de, na maior parte destes casos, estarmos a falar de pessoas que não possuem qualquer sentido de justiça. Ou de responsabilidade. Não são pessoas assertivas e muito menos possuem as características que reivindicam. Na prática, não possuem sequer um décimo dessas características.
São
ressabiadas, impulsivas e invejosas. Mostram-se doces como rebuçados mas apenas
enquanto lhes convém. Conquistam com palavras que dizem aquilo que não sentem.
Mostram-se solidárias e apoiantes. Mas, por dentro, torcem para que tudo na
vida dos outros dê errado. E vibram com o insucesso alheio. À primeira
oportunidade mostram a sua amargura e esperam que os outros as desculpem. Elas,
por sua vez, não são capazes de qualquer
pedido de desculpa. Vivem demasiado centradas no próprio umbigo, nos
próprios caprichos. Zangam-se muito e quase sempre de forma incorreta.
Confrontadas com a sua própria responsabilidade, com os seus erros, fecham-se
sobre a sua concha, recusando-se a crescer. E então decidem que é tempo de
mudar. É tempo de partir para outra porque o(a) fulano(a) com quem estão,
afinal, não as merece.
Consideram-se seres únicos,
fantásticos, que deveriam ser idolatrados. São apenas indivíduos narcísicos que
não sabem verdadeiramente o que é o amor ou uma relação séria. Talvez nem
venham a saber.