Não há volta a dar: a relação entre noras e sogras tem tudo para dar errado. Claro que nem todas as noras odeiam as respetivas sogras. Muitas são até capazes de criar laços afetivos genuínos – sim, é possível! E provavelmente até é bem mais fácil do que você imagina. De resto, há alguns (bons) hábitos que podem facilitar a tarefa:
PONHA-SE NA PELE DA SUA SOGRA: SEJA
TOLERANTE E EMPÁTICA
Algumas sogras assumem comportamentos
terríveis aquando da saída de casa dos seus “meninos”. Críticas constantes,
pressão psicológica sobre os filhos, manipulação… ufa! Acredito que possa ser
muito difícil ter sangue frio para empatizar com o que quer que seja mas se
você der o seu melhor no sentido de se colocar na pele daquela mulher que
passou os últimos 30 anos a mimar o próprio filho, tratando-o como um tesouro,
ser-lhe-á mais fácil solidarizar-se com as emoções por que ela possa estar a
passar – solidão, desamparo, angústia.
Claro que nenhuma destas emoções legitima algumas das situações por que você
tem passado mas você pode escolher abdicar da raiva para tentar entender o
turbilhão que estará a ser vivido do outro lado. Esta tentativa de calçar os
sapatos da outra pessoa não implica passar a mão pela cabeça ou assumir uma
postura permissiva em relação a qualquer invasão da privacidade da sua família.
Mas pode implicar que os seus níveis de tolerância aumentem. Na prática, se
esse exercício regular (de tentar perceber o que a sua sogra está a sentir)
permitir que você não se sinta permanentemente à beira de um ataque de nervos,
o saldo já será positivo.
TENHA SENTIDO DE HUMOR
Uma coisa leva à outra. Quanto mais
calma você estiver, maior será a probabilidade de conseguir olhar para a
realidade de um ponto de vista mais engraçado. E a páginas tantas, em vez de
enveredar por braços-de-ferro arriscados e danosos para a sua saúde emocional,
é capaz de dar por si a brincar animadamente com algumas situações. A esse
propósito lembro-me do que uma senhora me contou há muitos anos: uma das coisas
de que ela não gostava no comportamento da sogra era do facto de esta dar
preferência aos gostos e interesses do filho mais novo, ainda solteiro. Cansada
de tentar impor o seu ponto de vista – e, sobretudo, cansada do desgaste que
essa batalha causava ao marido – partiu para a ação. Assim, de cada vez que
visitava a sogra, optava por ser ela a servir a comida, garantindo que o marido
ficasse com os melhores miminhos gastronómicos. A postura pode parecer
ressabiada mas a verdade é que a história foi contada com um sorriso “de orelha
a orelha”. A postura descontraída permitiu-lhe dar a volta à injustiça com
algum humor. E a verdade é que quando somos capazes de brincar com aquilo que
nos perturba, sentimo-nos mais confiantes.
SEJA ASSERTIVA… COM A PESSOA CERTA
Você pode (deve) tentar ser solidária
mas isso não pode passar por querer ser a santa de serviço. Se há
comportamentos da sua sogra que ultrapassam os limites do razoável e que
condicionam até a sua satisfação conjugal, você tem o dever de ser clara e
honesta na manifestação do seu desagrado… com
o seu marido. Não, não é fácil colocá-lo no meio de uma luta de poder. O
seu marido gosta da própria mãe e é natural que não tenha muita vontade de a
contrariar. Na prática há limites que devem ser definidos a dois (pelos membros
do casal) mas impostos pelos filhos. Se o seu marido for capaz de dar voz
àquilo que acordar consigo, impondo limites à atuação da própria mãe, há uma
probabilidade mais elevada de ela ser capaz de acolher essas exigências. Além
disso, esta escolha permitirá que se reduza substancialmente a tensão da
relação nora-sogra.
CONTROLE-SE
Eu sei que acabei de sugerir que você
assuma uma postura frontal em relação àquilo que a incomoda. Mas não confunda
as coisas: se a sua frontalidade for excessiva, isto é, se você se inundar de
raiva a propósito dos comportamentos da sua sogra e explodir, o mais provável é
que seja injusta e acabe por desrespeitar
os sentimentos do seu marido. Se você se descontrolar, pouco importa aquilo
que a sua sogra possa ter feito. O que vai sobressair é o seu “espetáculo” – os
seus gritos, os seus ataques, as suas ofensas. E a última coisa de que você
precisa é de ser vista como a bruxa má desta história, certo?
DESENVOLVA A SUA AUTOCONFIANÇA
A importância que você atribui a alguns
comportamentos da sua sogra é diretamente proporcional à sua insegurança. É
fundamental que você invista mais no autoconhecimento – identifique as suas
fragilidades e aprenda a lidar com elas. Cultive outros laços afetivos, que lhe
permitam sentir-se mais confiante. Quanto mais isolada estiver, maior será a
propensão para olhar para cada questão que a aborreça como se fosse o problema
mais urgente do universo. Então, o melhor é tomar medidas que permitam que o
seu universo vá além do triângulo você-marido-sogra. Faça mais por si enquanto
mulher, trabalhadora, estudante, amiga e membro da comunidade. Vai ver como o
aparecimento de novas competências ajudá-la-á a olhar para alguns momentos de
tensão de uma forma completamente diferente.