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10.3.14

COMO MELHORAR A RELAÇÃO COM A SUA SOGRA


Não há volta a dar: a relação entre noras e sogras tem tudo para dar errado. Claro que nem todas as noras odeiam as respetivas sogras. Muitas são até capazes de criar laços afetivos genuínos – sim, é possível! E provavelmente até é bem mais fácil do que você imagina. De resto, há alguns (bons) hábitos que podem facilitar a tarefa:

PONHA-SE NA PELE DA SUA SOGRA: SEJA TOLERANTE E EMPÁTICA

Algumas sogras assumem comportamentos terríveis aquando da saída de casa dos seus “meninos”. Críticas constantes, pressão psicológica sobre os filhos, manipulação… ufa! Acredito que possa ser muito difícil ter sangue frio para empatizar com o que quer que seja mas se você der o seu melhor no sentido de se colocar na pele daquela mulher que passou os últimos 30 anos a mimar o próprio filho, tratando-o como um tesouro, ser-lhe-á mais fácil solidarizar-se com as emoções por que ela possa estar a passar – solidão, desamparo, angústia. Claro que nenhuma destas emoções legitima algumas das situações por que você tem passado mas você pode escolher abdicar da raiva para tentar entender o turbilhão que estará a ser vivido do outro lado. Esta tentativa de calçar os sapatos da outra pessoa não implica passar a mão pela cabeça ou assumir uma postura permissiva em relação a qualquer invasão da privacidade da sua família. Mas pode implicar que os seus níveis de tolerância aumentem. Na prática, se esse exercício regular (de tentar perceber o que a sua sogra está a sentir) permitir que você não se sinta permanentemente à beira de um ataque de nervos, o saldo já será positivo.

TENHA SENTIDO DE HUMOR

Uma coisa leva à outra. Quanto mais calma você estiver, maior será a probabilidade de conseguir olhar para a realidade de um ponto de vista mais engraçado. E a páginas tantas, em vez de enveredar por braços-de-ferro arriscados e danosos para a sua saúde emocional, é capaz de dar por si a brincar animadamente com algumas situações. A esse propósito lembro-me do que uma senhora me contou há muitos anos: uma das coisas de que ela não gostava no comportamento da sogra era do facto de esta dar preferência aos gostos e interesses do filho mais novo, ainda solteiro. Cansada de tentar impor o seu ponto de vista – e, sobretudo, cansada do desgaste que essa batalha causava ao marido – partiu para a ação. Assim, de cada vez que visitava a sogra, optava por ser ela a servir a comida, garantindo que o marido ficasse com os melhores miminhos gastronómicos. A postura pode parecer ressabiada mas a verdade é que a história foi contada com um sorriso “de orelha a orelha”. A postura descontraída permitiu-lhe dar a volta à injustiça com algum humor. E a verdade é que quando somos capazes de brincar com aquilo que nos perturba, sentimo-nos mais confiantes.

SEJA ASSERTIVA… COM A PESSOA CERTA

Você pode (deve) tentar ser solidária mas isso não pode passar por querer ser a santa de serviço. Se há comportamentos da sua sogra que ultrapassam os limites do razoável e que condicionam até a sua satisfação conjugal, você tem o dever de ser clara e honesta na manifestação do seu desagrado… com o seu marido. Não, não é fácil colocá-lo no meio de uma luta de poder. O seu marido gosta da própria mãe e é natural que não tenha muita vontade de a contrariar. Na prática há limites que devem ser definidos a dois (pelos membros do casal) mas impostos pelos filhos. Se o seu marido for capaz de dar voz àquilo que acordar consigo, impondo limites à atuação da própria mãe, há uma probabilidade mais elevada de ela ser capaz de acolher essas exigências. Além disso, esta escolha permitirá que se reduza substancialmente a tensão da relação nora-sogra.

CONTROLE-SE

Eu sei que acabei de sugerir que você assuma uma postura frontal em relação àquilo que a incomoda. Mas não confunda as coisas: se a sua frontalidade for excessiva, isto é, se você se inundar de raiva a propósito dos comportamentos da sua sogra e explodir, o mais provável é que seja injusta e acabe por desrespeitar os sentimentos do seu marido. Se você se descontrolar, pouco importa aquilo que a sua sogra possa ter feito. O que vai sobressair é o seu “espetáculo” – os seus gritos, os seus ataques, as suas ofensas. E a última coisa de que você precisa é de ser vista como a bruxa má desta história, certo?

DESENVOLVA A SUA AUTOCONFIANÇA


A importância que você atribui a alguns comportamentos da sua sogra é diretamente proporcional à sua insegurança. É fundamental que você invista mais no autoconhecimento – identifique as suas fragilidades e aprenda a lidar com elas. Cultive outros laços afetivos, que lhe permitam sentir-se mais confiante. Quanto mais isolada estiver, maior será a propensão para olhar para cada questão que a aborreça como se fosse o problema mais urgente do universo. Então, o melhor é tomar medidas que permitam que o seu universo vá além do triângulo você-marido-sogra. Faça mais por si enquanto mulher, trabalhadora, estudante, amiga e membro da comunidade. Vai ver como o aparecimento de novas competências ajudá-la-á a olhar para alguns momentos de tensão de uma forma completamente diferente.

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