Conheço relativamente bem este tipo de pessoas: estão numa relação estável – leia-se, duradoura – e sonham casar. Para elas, não faz sentido outro passo que não aquele. O casamento é a meta. A sua meta. E mesmo que boa parte deste sonho tenha sido idealizado por quem está de fora da relação – pais e sogros – não se pode desresponsabilizá-las. Elas escolheram namorar para casar. Não namoram para serem felizes e muito menos para fazer o outro feliz. Não namoram para conhecer a fundo a pessoa com quem um dia podem vir a casar. Não namoram para construir um NÓS. Namoram para casar.
Às vezes a fixação à volta do (dia do)
casamento é tanta que – pasme-se – até
se esquecem de namorar. Vão preparando a casa, compram os tarecos no IKEA
escolhem roupas caras para o grande dia ao mesmo tempo que fazem
ouvidos-de-mercador às queixas e caras-feias da pessoa amada. Quem as veja a
dias da cerimónia não diria que se tratam de duas pessoas enamoradas. Para
dizer a verdade, muitas vezes não são. São duas pessoas inseguras a respeito
dos seus sentimentos, que não fazem a mínima ideia daquilo que o outro sente e
que, muitas vezes, não param para pensar no que vem – ou deveria vir – no dia a
seguir à cerimónia.
É verdade que a maior parte dos contos
de fadas terminam com “… e foram felizes para sempre”. Mas não seria expectável
que um adulto confundisse a própria vida com histórias de encantar. Depois
admiram-se. Com o facto de um estar sempre amuado. Com o facto de o outro não
estar nem aí para o romance. Estavam à espera de quê?
Não tenho nada contra o casamento (ou
não fosse eu uma mulher casada). Mas, para mim, o casamento não deve ser uma
meta. Deve ser um marco, sim. Mas não uma meta. Porque depois do (dia do)
casamento há toda uma vida para viver. E essa vida só faz sentido que seja a
dois se se tiver investido a dose certa no namoro…
NÃO NAMORE PARA CASAR.
CASE PARA
CONTINUAR A NAMORAR.