Consultório            Facebook           Instagram            YouTube            Página Inicial


4.9.14

ESTÁ RODEADO DE BONS AMIGOS?


Não, a questão que coloco não tem nada a ver com o número de amigos da sua lista telefónica. Muito menos com o número de amigos associados à sua conta de Facebook. Aquilo que pergunto é se se sente amparado. Acha que está rodeado de pessoas a quem possa realmente chamar amigos? E o que é que caracteriza, afinal, uma verdadeira amizade?

Algumas pessoas mostram-se tristes porque não têm amigos. Normalmente chegam a essa conclusão depois de uma desilusão qualquer. Até aí estavam convencidas de que as pessoas com quem habitualmente bebiam uns copos ou a quem davam os parabéns via Facebook eram verdadeiros amigos. Também há quem se exponha, quem tente construir relações mais ou menos íntimas mas que, por um motivo ou por outro, acabam por perder-se. Nalguns casos são zangas sérias, noutros são zangas “invisíveis”, em que uma das partes pura e simplesmente deixa de aparecer, deixa de telefonar ou de responder às mensagens. E depois vem a pergunta: “O que é que eu fiz de errado?”.


REVELE-SE. Na amizade, como em qualquer outra relação afetiva, é preciso que nos conheçamos relativamente bem. É fundamental que conheçamos as nossas necessidades e os nossos limites. Se soubermos aquilo de que precisamos, é mais provável que consigamos assumir uma postura calma e assertiva, expondo àqueles de quem gostamos aquilo de que precisamos. Por exemplo, quase todas as pessoas gostam de ser felicitadas a propósito do seu aniversário. Mas nem todas valorizam essas felicitações na mesma medida. Se você for daqueles que fica triste se um amigo se esquecer de o fazer, o melhor é dizê-lo. Ao mostrar – de forma calma – quão importante esse gesto é (PARA SI), estará a dar oportunidade aos seus amigos de o estimarem da forma certa (aquela de que precisa). Quando você se cala (normalmente com receio de ser mal interpretado ou com medo de magoar os amigos), escolhe anular uma necessidade sua. E isso gera mágoa, ressentimento e raiva. É possível que, mais cedo ou mais tarde, você escolha castigar o tal amigo que se esqueceu de lhe ligar no dia do seu aniversário. “Eu sei que ele acabou de sair do hospital e provavelmente está à espera que eu lhe ligue… mas não o vou fazer!”. Reconhece-se neste padrão de comportamento? Então mude. Os seus amigos são humanos e é natural que falhem (pontualmente) consigo. Mas a probabilidade de você sentir que há um conjunto de pessoas que estão-lá-para-o-que-der e vier é muito maior se você der o seu melhor para que os seus amigos conheçam as suas necessidades.

INVISTA. Não há volta a dar. As relações afetivas não se alimentam do ar. É verdade que há pessoas que não se veem durante anos e que, quando se reencontram, sentem uma empatia tal que é como se tivessem estado juntas no dia anterior. Normalmente isso está relacionado com o facto de terem estado presentes em momentos importantes na vida de um e do outro. Mas a segurança de saber que há pessoas com quem você pode contar depende do investimento que for capaz de fazer. É fundamental que você mostre ativa e frequentemente quão importantes são os seus amigos. Telefone. Apareça. Pergunte se está tudo bem. Receba-os em sua casa. Acarinhe.
NÃO AJA DE CABEÇA QUENTE. É fundamental que você conheça os limites da sua paciência, que aprenda a identificar as suas emoções e decida, por exemplo, não dizer nada quando está de cabeça quente. Os amigos também se zangam. Também dizem coisas feias. Falham. Mas é possível evitar explosões e ressentimentos. Como? Reconhecendo, por exemplo, os sinais que o seu corpo emite e tentando acalmar-se antes de agir. Quando, de forma ponderada, dizemos exatamente aquilo que esperamos de um amigo, tudo se torna mais fácil.


Claro que todos temos momentos de grande tensão, de frustração ou de raiva. E também é normal que PONTUALMENTE sejamos explosivos e até injustos. Isso é o que acontece quando algumas emoções tomam conta de nós. Na amizade verdadeira é fundamental saber pedir desculpa. Mas não é só: é preciso aceitar as “birras” do outro, tentar ver além da explosão e saber perdoar. Lembre-se que todos precisamos de amparo, de saber que há pessoas que insistem, que “estão lá” e que valorizam os nossos esforços.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Terapia Familiar e de Casal em Lisboa