Quantas vezes deu por si a adiar uma
tarefa importante, como o envio de um email, a entrega do IRS ou a conclusão de
um relatório profissional? Quantas vezes substituiu a tal tarefa importante por
outras não-tão-importantes como arrumar o quarto, preparar um lanche ou
consultar o seu mural de Facebook? Quantas vezes se esqueceu da tarefa
importante e acabou por sentir-se culpado ou envergonhado por não ter cumprido
o prazo? Isso tem um nome.
A procrastinação é muitas vezes
confundida com preguiça e com a dificuldade em gerir o tempo. Mas a verdade é
que a generalidade dos procrastinadores até gostam de trabalhar e, sob
determinadas condições (que pouco ou nada têm a ver com a gestão do tempo),
conseguem ser extremamente produtivos.
Então
com o que é que a procrastinação tem a ver? Com as emoções. Em primeiro lugar,
com o medo. Muitas vezes é o medo de falhar, o medo de não estar à
altura, que está subjacente ao adiamento de tarefas importantes.
Mas há mais. Este padrão de
comportamento também está associado a um pensamento irracional: a maior parte
destas pessoas adiam tarefas importantes porque acreditam que NAQUELE MOMENTO
não estão com a disposição certa para as concretizar.
- SAIBA SE É UM PROCRASTINADOR -
Veja se reconhece estes pensamentos:
- Antes de enviar este email vou dar
uma vista de olhos à minha página de Facebook para ver o que há de novo. Despacho
já isso e depois concentro-me melhor.
- É melhor preparar um segundo lanche
antes de começar a trabalhar. Afinal, ninguém consegue concentrar-se de estômago
vazio.
- Antes de terminar o relatório que
tenho em mãos vou arrumar as tralhas que estão em cima da secretária. Assim,
fico com o ambiente de trabalho limpo e organizado e ganho motivação.
O problema é que... Uma tarefa chata vai continuar a ser uma
tarefa chata. Mesmo que você a enfrente de estômago cheio ou num ambiente
impecavelmente limpo. E você sabe disso. Ficar à espera que a sua disposição
(em relação às tarefas chatas) mude é o equivalente a ficar à espera de um
milagre. De um modo geral acaba por ser a pressão dos prazos que o leva a
colocar mãos à obra. Isso se você não deixar passar o prazo.
Mas não tem de ser assim.
Há algumas DICAS que o podem ajudar a fazer hoje aquilo que você teima em
deixar para amanhã:
- Sonhe
acordado. Foque-se na sua meta. O que é que você espera sentir quando
terminar a tarefa? O que é que tem a ganhar? Você precisa de experimentar esse
prazer.
- Comece
agora. Neste instante. Já. Sempre que você diz a si mesmo "começo a
dieta amanhã", "trabalho depois do jantar" ou "respondo ao
e-mail na segunda feira", está a contribuir para que o ciclo vicioso se
mantenha. O jantar pode começar daqui a 10 minutos. Isso significa que você tem
10 minutos para avançar com a tarefa chata. "Mas depois tenho de a interromper"
- Não há problema! Pelo menos, você vai avançar mais um pouco (em vez de ficar
à espera do tal milagre).
- Trabalhe
sob pressão. Toda a gente sabe como criar um lembrete no telemóvel ou no
computador de maneira a ter consciência dos prazos. O problema é que se você
criar um lembrete - com alarme e tudo - para ter a certeza de que acaba o
trabalho a tempo, você vai fazer aquilo que tem feito: ignorar o alerta. No
fundo, você acha que tem tempo, sente-se com confiança e abusa da sorte. Depois
vem o esquecimento e, com ele, a vergonha e os sentimentos de culpa. Então, o
melhor é reconhecer que você precisa de alguma pressão para trabalhar. Se o
relatório tem de ser entregue na segunda feira ao meio dia, programe o alarme
para domingo à tarde. Ou para segunda de manhã. Estique a corda. Nem vale a
pena criar um lembrete para sexta-feira! Fuja do ciclo vicioso que tão bem
conhece.