O que é que determina que um casamento
ou uma relação amorosa esteja a caminho do fim? Há sinais claros? Como é que se
distingue os problemas normais por que todos os casais passam das crises mais
sérias que podem revelar-se fatais?
Se há coisa que eu aprendi com todos os
casais que me pedem ajuda é que, salvo honrosas exceções, de um modo geral, os
problemas começaram muito antes deste passo. Muitas vezes a insatisfação dura
anos, os sinais de alerta são ignorados e a terapia surge como último recurso
já depois de um dos membros do casal ter falado em divórcio. Ouço inúmeras
vezes:
A verdade é que quando o mais-que-tudo se
queixa, numa tentativa de mostrar aquilo que o entristece (ou aquilo que o
enfurece), nem sempre é fácil assumir uma postura de acolhimento do tipo “Tu és
a pessoa mais importante da minha vida e mereces toda a minha atenção e
disponibilidade. Entre fraldas, contas para pagar, solicitações profissionais,
telefonemas da mãe e passeios do cão, nem sempre é fácil “estar lá” para a
pessoa amada. O problema é que quando um não está lá, o outro começa a
distanciar-se. As queixas vão sendo atiradas para debaixo do tapete até ao dia
em que um se farte.
Mas é possível evitar que a distância
se torne fatal. Para isso é importante estar atento aos sinais de perigo.
Pelo menos um dos membros do casal…
… queixa-se de “estar sempre a ser
criticado”.
… tem dificuldade em contar ao outro
aquilo que o incomoda (dentro ou fora da relação). E quando o faz, arrepende-se
(geralmente porque não se sente devidamente amparado).
… põe SEMPRE os filhos à frente do
casamento. O cônjuge sente que é pouco importante.
… não gosta dos sogros ou da família
alargada do cônjuge e passa a fazer programas à parte.
… mostra fraco desejo sexual.
… culpa o cônjuge pelo seu mal-estar.
Qual é a melhor forma de dar a volta? Assumir
a responsabilidade e aceitar que, para que a relação continue a dar certo, é
fundamental que a pessoa que está ao nosso lado se sinta ouvida, acarinhada e
admirada. Se isso não estiver a acontecer, é preferível pedir ajuda. Todos os
casais têm problemas (mesmo aqueles que parecem perfeitos) mas isso não deve
servir de desculpa para que as dificuldades sejam ignoradas.