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6.5.15

4 SUGESTÕES PARA LIDAR COM A SUA SOGRA


Não seria justo dizer que todos os casais têm problemas de relacionamento com as sogras. Mas a verdade é que muitas das pessoas que me pedem ajuda acabam por maldizer a relação com a família alargada do mais-que-tudo e com a sogra em particular. Nalguns casos a aflição é tão grande e as mágoas acumuladas são tantas que o casal chega a falar em divórcio. Nesses casos, a conversa é quase sempre a mesma: “Ou ela, ou eu”. Quando uma pessoa se sente continuamente invadida, desrespeitada, manipulada ou humilhada é fácil permitir que a raiva tome conta de si.

Tenho de ser franca: estes conflitos são MUITO mais frequentes entre noras e sogras. E quando os conflitos se acumulam, é relativamente fácil perder-se o controlo da situação. Mas há vários passos que cada pessoa pode seguir para construir uma relação mais harmoniosa.

NÃO ESTEJA À ESPERA DE UM VEREDITO

A maior parte das mulheres que me pedem ajuda a propósito deste problema – em terapia de casal ou individualmente – estão à espera de uma decisão. Esperam que o marido tome uma atitude mais ou menos drástica, que ponha a mãe no “devido lugar”. E esquecem-se do essencial: esta não é uma pessoa qualquer. Esta é a pessoa que durante duas ou três décadas (às vezes mais) mostrou de forma clara o amor incondicional pelo filho; esta é a pessoa que diariamente esteve “lá”. A cuidar, a amparar, a dar o melhor de si. E é amor aquilo que o filho/marido sente pela mãe. Como é que ele se sente perante a possibilidade de tomar medidas drásticas? Como é que ele se sente perante a ideia de dizer ou fazer alguma coisa que magoe a própria mãe? Mal… Muito mal.

É absolutamente legítimo que uma pessoa queira ver o seu espaço respeitado. É natural que alguém se queixe quando a sogra tenta ultrapassar os limites do razoável. Mas é fundamental que não percamos de vista o mais importante numa relação amorosa: fazer a pessoa que está ao nosso lado feliz. É praticamente impossível ser-se feliz no casamento na medida em que exijamos a quem está ao nosso lado que ignore os sentimentos de uma das pessoas mais importantes da sua vida.


Ele(a) também ama os pais, os irmãos, os sobrinhos e os tios. Não faça exigências que não tenham em consideração esse amor.

PRESTE ATENÇÃO AOS SENTIMENTOS (DO MAIS-QUE-TUDO)

Fazer um pedido de ajuda ou uma chamada de atenção torna-se infinitamente mais fácil se você mostrar DE FORMA CLARA que quer saber dos sentimentos da pessoa que está ao seu lado. Não chega dizer “Eu sei que é difícil para ti…” e desatar a fazer reivindicações que possam ser sentidas como ataques à mãe dele. É preciso assumir uma postura de genuína curiosidade e empatia. É preciso perguntar “Como é que TU te sentes?”, “Do que é que TU tens medo?”, “O que é que TU gostarias de fazer?”. E é preciso tentar colocar-se no lugar do seu amor, ser sensível às dificuldades.

CONTROLE-SE

Você pode achar que tem assumido uma postura correta no meio de toda esta história. Pode até  considerar que tem assumido uma postura demasiado permissiva e que, em função  disso, só  tem perdido. Mas a experiência mostra-me que nestes casos quanto maior for a mágoa maior é a probabilidade de a sua passividade dar lugar a explosões de agressividade. Refiro-me a situações em que as emoções (raiva) tomem conta de si e acabem por levá-la a dizer coisas que magoem (muito) o mais-que-tudo. E são esses comentários que poderão deitar tudo a perder. Porque quando você se descontrola e se centra na sua sogra, faz acusações e desvia-se do essencial: aquilo que você sente. Quando o seu amor a ouve dizer que a mãe  dele é isto e aquilo, passa a sentir-se ameaçado. E defende-se (defendendo a mãe). Já não consegue prestar atenção ao que você sente porque está ferido. Não acredita nas suas boas intenções, não confia na sua vontade de o fazer feliz.


Há frases que poderiam ser ditas a propósito de outras pessoas mas não em relação a uma das pessoas que o seu companheiro mais ama na vida.

Quando se sentir dominada pela raiva, o melhor é não dizer nada. Procure acalmar-se. Converse sobre o assunto quando estiver segura de que as suas queixas não a impedirão de respeitar o seu amor. Nessa altura evite as acusações e peça-lhe que seja solidário com o que você sente.

Experimente:

"Quando a tua mãe  (...) eu sinto-me (...). Podes ajudar-me?" Ou "Eu sei que não foi por mal mas quando a tua mãe  (...) eu senti-me (...) e era importante para mim que prestasses atenção e resolvessemos o assunto para que a situação não se repita.".

SEJA GENTIL


Ser gentil não é fechar os olhos ao comportamento da sua sogra. É ser genuinamente sensível ao que ela sente. Lembre-se de que as emoções da sua sogra são legítimas (o comportamento é que pode não o ser). Tente entendê-la. Tente ajudá-la no que estiver ao seu alcance. Quanto maior for a sua capacidade de se ligar afetivamente à família do seu amor, maior será a sua legitimidade para apontar o dedo. Se, pelo contrário, você estiver sempre a apontar os erros e, aos olhos do seu companheiro, a única coisa que você mostra for raiva, será muito mais difícil acreditar que você está de boa-fé.
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