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24.11.15

AS DISCUSSÕES SÃO NORMAIS. MAS QUANDO É QUE SÃO DEMAIS?


Qualquer pessoa que esteja numa relação duradoura sabe que nenhum casal está SEMPRE bem. É normal ter opiniões diferentes sobre os mais diversos assuntos e, quando essas opiniões são verbalizadas, é normal que haja atrito. Por outro lado, todos nós falhamos e, mais cedo ou mais tarde, o nosso comportamento vai desiludir a pessoa que amamos. E vice-versa.


Na maioria dos casos em que se instala uma crise séria na relação, as pessoas acabam a discutir “por tudo e por nada”. Já não importa o assunto. A discussão pode acontecer porque um chegou atrasado ou porque o outro se esqueceu de comprar pão. As coisas parecem fugir ao controlo e, mesmo quando ambos se esforçam para evitar momentos de tensão, as conversas acabam por “descambar” frequentemente para uma escalada vertiginosa. De um modo geral, há um padrão, uma espécie de “dança”, em que cada um dos membros do casal assume determinados comportamentos que alimentam os círculos viciosos. Para a maioria dos casais que me procuram o padrão é este:


Infelizmente, quanto mais um se esquiva, tentando evitar a discussão, mais o outro se sente ignorado/ abandonado e insiste. Se isto acontecer com muita frequência, é melhor pedir ajuda.

A verdade é que as discussões são embates difíceis e é preciso tempo para que ambos recuperem. As discussões levam tempo para recuperar. Depois de cada discussão é normal que ambos se sintam tristes, magoados. É até normal que haja uma certa frieza, uma certa distância. Se não houver tempo para recuperar e surgir logo outra discussão, isso é um sinal de alarme. Porque quase de certeza que ambos vão sentir-se sós a maior parte do tempo. Há pelo menos um que se sente agredido, rejeitado, atacado e outro que se sente profundamente ignorado, abandonado, desprezado. Ambos sofrem e sentem-se inseguros. Cada discussão gera medo. Consequentemente, sentem-se mais vivos fora de casa, no trabalho ou com amigos. Têm medo de voltar para casa.

Não tem de ser assim. A ajuda especializada permite que ambos tenham espaço e tempo para expor aquilo que sentem, para que se sintam acolhidos e, a partir daí, possam identificar os tais círculos viciosos e a forma como cada um pode melhorar o comportamento de maneira a que voltem a sentir-se seguros e conectados.

E vale sempre a pena lembrar que enquanto os membros do casal discutirem, isso mostra que ainda há esperança. As discussões mostram que eles acreditam que é possível alterar as coisas, que é possível melhorar a relação. Mas quando deixam de discutir e a distância se instala, pode ser tarde demais. Porque isso pode querer dizer que há pelo menos um que desistiu de lutar.

Terapia Familiar e de Casal em Lisboa