Os telemóveis em geral e os smartphones em particular vieram para
ficar. E, apesar de alguma controvérsia, a verdade é que a maior parte de nós
pretende que assim seja. Boa parte da nossa vida está agora dependente desta
tecnologia: agenda, e-mail, Facebook, Whatsapp, lembretes, listas de compras,
fotografias e mais um número infindável de aplicações que nos facilitam a vida
diariamente. Mas…
Quantas vezes deu por si a
espreitar o iPhone a meio de uma
conversa importante? Quantas vezes disse a si mesmo(a) que iria só verificar o
e-mail e acabou por gastar demasiado tempo a responder a mensagens, consultar o
Facebook, o Instagram e o Snapchat? Quantas vezes deixou o seu companheiro
“pendurado” enquanto olhava para o ecrã do seu smartphone?
Felizmente, esta é uma área em
que a investigação cresce diariamente, o que nos permite fazer escolhas cada
vez mais responsáveis. Por exemplo, saiba que:
O telemóvel é e continuará a ser
uma ferramenta de comunicação e organização poderosíssima. Mas não vale a pena
ignorar o óbvio: há demasiada atenção a ser roubada pelos pequenos ecrãs. E,
mesmo quando achamos que temos tudo sob controlo, é relativamente fácil criar
momentos de desconexão e desprezo em relação às pessoas de quem mais gostamos.
Assumir esta realidade também
passa pela oportunidade de fazermos escolhas mais conscientes (Mindful), que
permitam que os smartphones continuem
a ser aproveitados sem arruinar as nossas relações afetivas:
PLANEIE ALGUMAS ATIVIDADES SEM
TELEMÓVEL.
De certeza que já experimentou a sensação de aflição por se ter
esquecido do telemóvel nalgum lugar. Isso mostra quão importante se tornou este
aparelho na sua vida. Contudo, o telemóvel também nos impede de aproveitar
alguns momentos em pleno. Faça de propósito e planeie alguns minutos do seu dia
sem telemóvel. Experimente ler um livro, ver um filme, fazer uma refeição ou
mesmo um programa com as crianças livre de quaisquer notificações, mensagens ou
telefonemas. Repare nas sensações que surgem nesses momentos.
SEMPRE QUE FOR POSSÍVEL, DESLIGUE
O E-MAIL DEPOIS DO HORÁRIO DE TRABALHO.
O facto de recebermos os e-mails no
telemóvel dá-nos a ilusória sensação de controlo. Na prática, algumas destas
notificações só servem para nos distrair e/ou stressar, interrompendo momentos
significativos. Mais: na esmagadora maioria das vezes, não é importante
responder ou lidar com determinados assuntos com urgência. Além disso, as pessoas que estão permanentemente ligadas
ao e-mail profissional estão em risco muito mais elevado de vir a sofrer de
burnout (esgotamento). Desligar o e-mail no final do dia de trabalho
trar-lhe-á a sensação de que tem tempo para tudo. Mais: os momentos de efetiva
conexão familiar reforçarão a sua autoestima e a capacidade para dar resposta
aos problemas.
AFASTE-SE DO TELEMÓVEL PELO MENOS
30 MINUTOS ANTES DE SE DEITAR.
A maior parte das pessoas que conheço
habituaram-se a adormecer com o telemóvel ao lado da cama ou, em casos
extremos, em cima da cama. De novo, é a ilusória sensação de assim estar em
cima dos acontecimentos aliada ao facto de a maior parte dos telemóveis ter a
função de despertador. A verdade é que está comprovadíssimo que a luz emitida pelo ecrã do telemóvel é
prejudicial ao nosso sono. Além disso, o uso do telemóvel perto da hora de
se deitar impedi-lo-á de relaxar progressivamente e de ter uma noite de sono
reparador.
SEMPRE QUE FOR POSSÍVEL, DESLIGUE
AS NOTIFICAÇÕES.
Habitue-se a desligar o wi-fi e os dados móveis antes de se
deitar mas também em alturas em que saiba quão importante é estar “mesmo” lá
para as pessoas de quem gosta. Se o telemóvel não apitar, é menos provável que
se sinta tentado a interromper um momento de descontração com mais uma
espreitadela ao ecrã.