Já ouviu falar da crise da
meia-idade? Conhece casos de pessoas que, por volta dos 40/50 anos, decidiram
comprar um carro descapotável, mudar de emprego, ou de cidade, acabar com o
casamento e surpreender toda a gente à sua volta? Até há bem pouco tempo os
estudos sobre a felicidade indicavam que o ser humano teria uma propensão para
se sentir menos feliz a meio da vida adulta e, em muitos casos, isso
traduzir-se-ia numa crise, na vontade de mudar de vida.
Mas recentemente os
investigadores da Universidade de Alberta, no Canadá, concluíram que a
felicidade cresce gradualmente desde a adolescência até à meia-idade. A equipa
seguiu dois grupos - um com idades entre os 18 e os 43 anos e outro com idades
entre os 23 e os 37 - e ambos mostraram que a felicidade aumenta até aos 30
anos com um ligeiro abrandamento perto dos 43 num dos grupos avaliados.
Recentemente voltei
ao programa AGORA NÓS, na RTP1, para falar sobre este tema.
A verdade é que há outros estudos
que corroboram esta ideia.
Mais do que o QI, o fator que mais
influenciou positivamente a felicidade dos homens foi a proximidade e a força dos relacionamentos que eles criavam ao longo
da vida - com amigos, família, cônjuges. Isto significa que uma crise, como
aquelas a que estão associados os comportamentos mais impulsivos e inesperados,
pode surgir em qualquer fase da vida.
Então por que nos habituamos a
ouvir falar de crise da meia-idade?
Quando isto acontece, é mais
fácil tentar mudar de casa, de carro ou até de aparência. Para algumas pessoas,
é difícil assumir que as escolhas que fizeram anos antes não preenchem as suas
necessidades e pode levar algum tempo (e alguns disparates) até que consigam
reconhecer e gerir as suas emoções.