Sex shops. Brinquedos sexuais. Pornografia. Captei a sua atenção?
Ótimo! Afinal, o sexo é uma componente importante na vida de um casal e, mesmo
que não tenha razões de queixa a esse respeito, vale a pena parar para pensar
se está a fazer o que pode para que quer você quer o seu companheiro se sintam
genuinamente felizes e satisfeitos (também) deste ponto de vista. Ao contrário
do que possa parecer, este post não é
tanto sobre a importância da introdução de novidades que possam apimentar a sua
vida sexual. Esse é o tipo de artigos que encontramos quase todas as semanas em
revistas de capas brilhantes que nos anunciam com letras garrafais que
encontraram “O” segredo para reavivar a paixão até das relações mais
moribundas. Enquanto psicóloga e terapeuta conjugal o meu foco é – tem de ser –
outro.
Então, o que é que a ciência diz?
O que é que mostram as investigações nesta área da Psicologia?
A paixão envolve acima de tudo
envolvimento emocional intenso. Sabe o que é que isto significa? Significa que
tem sido possível verificar que os casais mais felizes e apaixonados, aqueles
que apresentam sinais claros de satisfação conjugal E SEXUAL são aqueles que
mais se entregam do ponto de vista emocional. As pessoas que sabem como lidar
com as suas emoções e com as emoções do companheiro e que o fazem com
regularidade são também aquelas que fazem MAIS E MELHOR SEXO. Têm mais
orgasmos, mais prazer em geral e menos queixas.
Importa, por isso, perceber o que
é isso de ter ENVOLVIMENTO EMOCIONAL INTENSO.
Como é que isso se desenvolve? O
que é que cada um de nós pode fazer para promover a intimidade emocional de
maneira a que o sexo seja mais do que um conjunto de movimentos que conduzam ao
orgasmo?
Siga estas 3 dicas:
1. PRESTE ATENÇÃO AOS SINAIS QUE
O SEU COMPANHEIRO TRANSMITE.
Quantas vezes deu por si a pensar
que, apesar de estar nu à frente da pessoa que ama, ela não está
verdadeiramente lá? Entregarmo-nos do ponto de vista sexual também é
entregarmo-nos do ponto de vista emocional e ninguém consegue estar
genuinamente “lá” se, por algum motivo, estiver a retrair-se emocionalmente.
Assim, da próxima vez que olhar para a pessoa de quem gosta, quer esteja na
cama ou à mesa de jantar, preste atenção aos sinais que ela lhe transmite e
pergunte “Onde estás?”. Procure interessar-se GENUINAMENTE pelos seus
sentimentos, dúvidas ou preocupações.
2. PARTILHE. MUITO.
Recorde-se da definição de paixão
segundo a ciência: envolvimento emocional intenso. Isso significa que deve ser
capaz de contar com a pessoa de quem gosta partilhando todos os dias aquilo que
acontece no “seu mundo”.
Essa partilha deve envolver
entrega e acolhimento. Se cada um assumir uma postura de investimento mas
também de disponibilidade para ouvir e amparar, é muito mais provável que, na
hora da intimidade sexual, haja sintonia.
3. PRESTE MUITA ATENÇÃO.
OK, você pode escolher partilhar
o seu mundo e mostrar interesse pelo mundo da pessoa de quem gosta. Pode fazer
perguntas do género “Como foi o teu dia, querida?” e fazer um esforço para se
lembrar dos episódios mais importantes do seu dia de trabalho. De nada lhe
valerão esses esforços se, à medida que o seu amor começar a relatar um
acontecimento importante (para ele), o seu olhar estiver vidrado no telemóvel.
Pode não dar conta mas o mais provável é que a pessoa que ama se sinta
desamparada e até certo ponto rejeitada. Prestar MESMO atenção é perceber que
há alturas em que a pessoa de quem gostamos precisa da nossa atenção TOTAL.
Precisa de sentir que é a nossa prioridade e que quando está em sofrimento tudo
o resto passa para segundo plano. Incluindo o telemóvel.
Há uma diferença considerável
entre ouvir uma música e senti-la, certo? Também é assim com as emoções e com o
sexo. Experimente sentir.