1.
A TUA
MÃE É…
Complete a frase com um adjetivo
negativo. A crítica até pode ser baseada em factos reais – o resultado é o mesmo:
magoará a pessoa de quem gosta. E não adianta dizer a si mesmo coisas como «O
meu companheiro é o primeiro a criticar a mãe». Não é a mesma coisa. Quando ele
diz «A minha mãe é uma chata», aquilo que está realmente a dizer é «Eu gosto
muuuuuuito da minha mãe mas hoje ela fez algo que me chateou». Quando VOCÊ diz
«A tua mãe é uma chata», aquilo que o seu companheiro ouve é qualquer coisa
como «A tua mãe é insuportável. Há poucas pessoas piores do que ela». Isto é,
sente-se magoado, atacado, injustiçado e o mais provável é que contra-ataque,
dando início a uma discussão perigosa.
2.
TANTO
FAZ
Quando alguém diz «Tanto faz» ou,
em alternativa, encolhe os ombros, aquilo que está a transmitir é «Não quero
saber». A indiferença magoa. Quando o seu companheiro faz uma pergunta, isso
significa que está a contar consigo, que é importante para ele ouvir a sua
opinião. Pode ser a respeito da cor da gravata a usar numa cerimónia ou acerca
de assuntos bem mais importantes. Sempre que você reage com indiferença, a
pessoa de quem gosta acumula desamparo.
3.
É
SEMPRE A MESMA COISA
Há palavras que têm o poder de
destruir uma conversa.
As generalizações são poderosas
porque transformam uma queixa legítima, a propósito de uma situação específica,
num ataque à personalidade da pessoa de quem se gosta. E quando alguém se sente
atacado tende a reagir com agressividade e/ou através de uma postura defensiva.
Nestes casos, aquilo que a pessoa ouve é qualquer coisa como «Tu não prestas».
4.
O MEU
EX ERA MELHOR DO QUE TU
As comparações são profundamente
injustas. Todas as pessoas têm qualidades e defeitos e a pessoa que está ao seu
lado não está à espera que você a veja como um símbolo da perfeição. Aquilo que
é expectável é que você consiga lidar com a maior parte dos seus defeitos e que
seja capaz de valorizar MESMO as suas qualidades. Quando compara o seu
companheiro com outra pessoa, está a mostrar desprezo por essas qualidades e
aquilo que ele ouve é qualquer coisa como «Tu não és suficientemente bom para
mim».
5.
NÃO
COMAS ISSO
«Não vistas aquilo». «Não fales
dessa maneira».
Quer estar ao lado de alguém com
o direito a personalidade própria ou precisa de exercer o seu poder sobre outra
pessoa, controlando-a? Nenhuma relação saudável pode ser baseada neste tipo de
comportamentos (controladores), sob pena de um dos membros do casal se sentir
cada vez mais infeliz.
6.
JÁ
OLHASTE BEM PARA TI?
Há muitas formas de mostrar o seu
desagrado a propósito das escolhas do seu companheiro. À medida que os anos
passam, algumas pessoas assumem uma postura mais descuidada em relação ao seu
aspeto físico, fazem escolhas que não traduzam genuíno investimento na relação
ou pura e simplesmente crescem de forma diferente da do companheiro. Se existir
vontade de continuar na relação, é fundamental que as críticas não sejam
confundidas com exercícios de humilhação. A crítica é saudável – mesmo numa
relação amorosa. Mas é fundamental que a pessoa que é criticada continue a
sentir-se MESMO amada. Olhe para o seu companheiro como um membro da sua equipa
e não como um inimigo. Mostre de forma clara o seu afeto, mesmo quando tiver de
o criticar.
7.
SE TU
GOSTASSES MESMO DE MIM…
Esta frase grita CHANTAGEM
EMOCIONAL por todos os lados. Isto é, traduz desrespeito, abuso emocional.
Há muitas alturas em que aquilo
que você quer é muito diferente daquilo que o seu companheiro quer. Numa
relação saudável, para que ambos ganhem é preciso que ambos estejam dispostos a
perder. Às vezes cede um, às vezes cede o outro. Você tem todo o direito de
dizer «Isto é MESMO muito importante para mim» ou «Eu gostava MESMO que tu…»,
mostrando de forma clara as suas necessidades. Mas não tem o direito de
manipular o seu companheiro fazendo com que ele se sinta culpado por fazer
determinada escolha ou por pensar de determinada maneira. Fazer chantagem
emocional é dizer «Aquilo que eu sinto é mais importante do que aquilo que tu
sentes».
8.
QUE
EXAGERO!
Eu costumo dizer que todas as
emoções são válidas. Cada um de nós tem o direito de sentir TUDO. Não temos é o
direito de nos comportarmos de qualquer maneira. O seu companheiro tem o
direito de sentir tristeza, medo ou raiva a propósito de uma situação que, na
sua ótica, seja banal. Aqui é que está o problema: quando alguém considera que
a sua ótica é que é a correta, está a desrespeitar o companheiro. Você não tem
o direito de definir as emoções da pessoa que está ao lado. Não tem o direito
de dizer o que é que é suposto que ele sinta em determinada situação. Tem o
direito de dizer «Eu sentir-me-ia de maneira diferente» e tem, sobretudo, a
oportunidade de mostrar genuíno interesse e curiosidade em relação aos motivos
por que ele(a) se sente de maneira diferente.
9.
NÃO
PRECISO DE TI
Às vezes, no auge de uma
discussão, dizem-se coisas sem pensar. Mas há limites que não devem mesmo ser
ultrapassados. Se o seu companheiro assumiu um comportamento que o(a) magoou, é
natural que sinta a necessidade de mostrar a sua tristeza e/ou a sua raiva mas
isso não deve implicar que qualquer uma destas emoções tome conta de si
empurrando-o(a) para comportamentos impulsivos. Mostrar desprezo e desapego em
relação ao seu companheiro desta forma é gerador de uma sensação avassaladora
de rejeição, medo e desamparo. E mesmo que algum tempo depois fique
aparentemente tudo bem, há marcas que não se apagam.
10.
DESCULPA,
MAS…
Quando alguém escolhe assumir os
próprios erros – por exemplo, na sequência de uma discussão -, não está a “dar-se
como culpado”. Está, isso sim, a dizer «Eu escolho assumir a minha
responsabilidade em nome de um bem maior: a nossa relação» ou «Eu preocupo-me
genuinamente com a mágoa que te provoquei». Mas se esse pedido de desculpas for
apenas uma estratégia para atirar à cara do companheiro todos os seus erros, o
resultado será quase de certeza catastrófico.
11.
EU
NÃO PRECISO DE DIZER QUE GOSTO DE TI
Se há algo que caracteriza uma
relação feliz e duradoura é a vontade genuína de fazer feliz a pessoa que está
ao nosso lado. Isso requer descentração, requer interesse (verdadeiro) pelas
suas necessidades. Envolve a capacidade de sair da zona de conforto “só” para
agradar aquela pessoa. Implica querer dar o melhor e não apenas aquilo que
apeteça. A maior parte das pessoas que conheço precisam de se sentir amadas.
Precisam regularmente de gestos, palavras, escolhas específicas que gritem
«Gosto de ti».