Fazer com que uma relação dê
certo (já) não envolve segredos. Nem sempre é fácil manter o foco, nem sempre é
fácil disciplinarmo-nos para fazermos as escolhas certas mas tudo fica mais
fácil quando nos lembramos do que a ciência nos mostra. E as investigações
nesta área têm sido claras, evidenciando a importância de determinados hábitos
para a construção de laços emocionais seguros que nos permitam ser felizes no
amor. Hoje recordo 3 desses hábitos:
PERGUNTAR
«O QUE É QUE EU POSSO
FAZER?»
Uma das queixas mais comuns no
meu consultório são os “problemas de
comunicação”. Quase todos os casais que me procuram referem que, apesar de
continuarem a gostar um do outro, não estão a conseguir entender-se. Às vezes
sentem que é como se estivessem a falar em línguas diferentes e isso fá-los
sentir tristes e desamparados.
Estar feliz numa relação é, acima
de tudo, sentir que a pessoa que está ao nosso lado se preocupa genuinamente
connosco e que está “lá” quando precisamos. A maior parte das pessoas que
conheço dão o seu melhor nesse sentido mas muitas vezes não conseguem
compreender o que o outro está a sentir, não são capazes de identificar as suas
necessidades e dão por si regularmente envolvidas em discussões sem saída. É
por isso que, mais do que fazer o que quer que seja para ajudar, é importante
parar para perguntar «O que é que eu posso fazer (por ti)?». E depois é
fundamental prestar atenção à resposta.
É que às vezes aquilo de que a pessoa que está ao nosso lado precisa é “só” que
a ouçamos, que a deixemos deitar cá para fora o que quer que esteja a sentir ou
que consigamos mostrar de forma clara que tem
o direito de se sentir triste, enfurecida ou amedrontada. Muitas vezes não
é preciso mais nada. Às vezes, na ânsia de ajudar, acabamos por fazer escolhas
que vão na direção oposta às necessidades da pessoa que amamos.
É dar importância mesmo que nem
sempre compreendamos tudo. E é estar “lá” mesmo que não tenhamos de fazer mais
nada.
FAZER ESCOLHAS POR AMOR
E NÃO
PARA TER ALGO EM TROCA
No amor nada deve ser medido a
régua e esquadro. Se há algo que você
pode fazer para tornar a vida da pessoa de quem gosta mais feliz, faça.
Faça o que estiver ao seu alcance para que ele(a) ria mais, para que se divirta
mais, para que cumpra os seus sonhos. Faça-o pelo amor que sente e permita que
a felicidade do seu companheiro seja também um bocadinho sua. Evite
comparações, braços-de-ferro e cobranças. Não atire à cara as horas que
“perdeu” só para lhe fazer um favor.
É justo que ambicione ter uma
relação marcada pelo equilíbrio e pelo respeito. É legítimo que queira receber
tanto quanto dá e é saudável que se queixe, que apele, para que as suas
necessidades também sejam reconhecidas e satisfeitas. Mas reconheça que há
alturas em que um tem de dar mais para que ambos ganhem e que há áreas da vida
a dois em que não é ajustado nem necessário que haja uma divisão milimétrica
dos esforços. Não tem de haver problemas se as tarefas domésticas não estiverem
distribuídas de forma simétrica. Não tem de haver discussões porque um tem mais
tempo livre do que o outro.
Por exemplo, em relação às
tarefas domésticas, converse com o seu companheiro sobre as tarefas de que cada
um gosta menos. Talvez possam dar-se conta de que aquilo que é mais penoso para
um pode ser concretizado pelo outro.
DEMONSTRAR O AFETO
DE FORMA CLARA
Quase todos os picos de tensão
podem ser aliviados com demonstrações claras de afeto. Os beijos, os abraços e as carícias não servem apenas como preliminares
da sexualidade. São estes gestos que nos permitem dizer à pessoa que está
ao nosso lado que a amamos. São estes gestos – manifestados com entrega e
regularidade – que produzem o “milagre” de nos fazer sentir seguros, desejados,
amados.
Há muitas alturas em que
permitimos que o stress, os problemas e as obrigações do dia-a-dia nos “engulam”.
É ela que atura as nossas birras,
os nossos amuos e os nossos disparates e também é ela que nos pode devolver o ânimo
e o amparo. Mas para que essa disponibilidade se mantenha é essencial que
façamos a nossa parte, que alimentemos a relação de forma contínua.
Da mesma forma que uma planta
murcha se não receber a água de que precisa, o seu companheiro sentir-se-á abandonado
se não houver gestos que transmitam de forma clara e consistente o amor que
sente. Não basta dizer «Gosto de ti» ou «És importante para mim». É preciso
dedicar algum tempo todos os dias aos gestos de afeto. Lembre-se: Um beijo de 5
segundos só “rouba” 5 segundos mas permite que o seu companheiro se sinta
amado.