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22.3.18

PESSOAS FELIZES CONSTROEM CASAMENTOS FELIZES


Há quem parta para uma relação em busca da felicidade, sonhando com a possibilidade de aquela pessoa ser “a tal” e de todos os problemas desaparecerem, como que por magia. Será que é uma relação que nos torna mais felizes ou é a nossa própria felicidade que aumenta a probabilidade de construirmos relações felizes?


Não há nada de errado em associarmos a nossa felicidade a uma relação amorosa. A ciência mostra-nos que somos mais felizes quando amamos e nos sentimos genuinamente felizes numa relação. Mais do que isso: as pessoas que se sentem felizes no casamento têm normalmente mais saúde física e mental e vivem mais tempo! Mas é preciso olhar para o quadro completo: estar numa relação que não nos satisfaça é terrível tanto para a nossa saúde como para a nossa cabeça. As pessoas que já não se sentem felizes na relação revelam níveis de bem-estar inferiores aos das pessoas solteiras, viúvas ou divorciadas.



Mas olhemos para esta história do ovo e da galinha: afinal, é a nossa felicidade individual que proporciona relacionamentos felizes ou é o contrário? Podemos ser felizes sem estar numa relação? É possível que uma relação amorosa resolva a maior parte dos nossos problemas?

SOLTEIROS E...

ESTUPIDAMENTE FELIZES


Já o tenho dito algumas vezes: conheço várias pessoas que estão solteiras e são genuinamente felizes.



As pessoas que conseguem fazer estas escolhas sabem que nem sempre é fácil mas assumem uma postura de respeito por si mesmas que dá frutos. Isso não significa que queiram ficar sozinhas para sempre. Significa apenas que fazem escolhas menos impulsivas, que sabem esperar e que são capazes de apreciar a própria vida de múltiplas formas.

Se prestarmos atenção, mesmo que estejamos numa relação feliz, há muitas outras coisas que nos fazem bem, que acrescentam cor à nossa vida. Além disso, todas as relações de compromisso implicam constrangimentos e obrigações. Tudo na vida tem vantagens e desvantagens. Estar solteiro também é estar livre de algumas obrigações e ter mais disponibilidade para viver e saborear outras coisas. Não são compensações. São diferentes formas de ser feliz.

UMA RELAÇÃO É UMA CONSTRUÇÃO.

NÃO É UMA SOLUÇÃO.


A maior parte das pessoas que conheço – mas não todas! – querem ser felizes no amor e atribuem um peso considerável a esta área da vida na sua estabilidade emocional. É natural que ambicionemos que a relação conjugal acrescente alegria e vivacidade à nossa vida. Mas isso só faz sentido se formos capazes de perceber que a pessoa que escolhermos para viver ao nosso lado também precisa que acrescentemos felicidade à sua vida. É por isso que a probabilidade de fazermos alguém feliz, e assim construirmos uma relação feliz e duradoura, é infinitamente maior se nos sentirmos genuinamente felizes quando estamos sozinhos.



Não é justo canalizar todas as nossas necessidades afetivas para uma pessoa, na esperança de que ela seja o príncipe ou a princesa que nos venha resgatar. Nesse cenário, o mais provável é que, mesmo de forma involuntária, façamos exigências irrealistas. Colocar a nossa felicidade nas mãos de uma única pessoa também é ignorar e desvalorizar o nosso próprio poder. Cada um de nós tem poder para mudar quase tudo na própria vida, para fazer escolhas diferentes e para viver uma vida genuinamente gratificante. Quando nos damos conta desse poder e o colocamos em prática, percebemos que os obstáculos e as dificuldades também são nossos aliados. Porque por cada desafio que seja superado a nossa autoestima cresce e a vida ganha ainda mais sentido.

A vida a dois pode ser maravilhosa mas não é sempre pacífica. Todas as relações íntimas e genuinamente gratificantes dão trabalho. Sermos capazes de tomar conta de nós, dos nossos problemas, aumenta a probabilidade de nos sentirmos otimistas perante todos os desafios que surjam na relação.

Quando valorizamos todas as áreas da vida que são importantes para nós – o trabalho, a família alargada, os amigos, o lazer, o desporto ou qualquer outra coisa – é mais provável que consigamos trazer os ingredientes certos para a relação amorosa. Não é sempre fácil conjugar as exigências da relação com todas as outras coisas que nos fazem felizes mas é mais provável que façamos uma boa gestão do nosso tempo e da nossa disponibilidade emocional se nos lembrarmos que são as pessoas felizes que constroem casamentos felizes.

O que é que o faz feliz fora da relação?

Que escolhas tem feito para ser uma pessoa mais feliz?

Que cedências faz para que a pessoa que ama seja mais feliz?

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