Preocupamo-nos com o que é preciso fazer para que a nossa relação dure a vida toda e esquecemo-nos frequentemente de prestar atenção ao momento presente, às pequenas coisas que nos mostram de forma clara que o amor está presente e que a pessoa que está ao nosso lado pode mesmo ser “a tal”.
Há quem prefira associar o amor romântico a níveis elevados de adrenalina, como quando navegamos num mar bravo. E há quem precise sobretudo da tranquilidade que associamos às águas calmas. Na verdade, a maior parte de nós precisa de um pouco das duas coisas. No dia-a-dia, há vários sinais que nos mostram que a nossa relação contribui para o nosso bem-estar e para a nossa felicidade e que a pessoa que está ao nosso lado é capaz de ser aquela com quem vamos (mesmo) querer envelhecer.
#1: É A ELE(A) QUE VOCÊ LIGA QUANDO ALGUMA COISA CORRE MAL
Quando chega atrasado(a) ao emprego e recebe um ralhete do seu chefe, você sabe que a responsabilidade sua, sente-se mal por ter ficado até tarde a ver episódios da sua série preferida e telefona ao seu companheiro. Ele sabe que a “culpa” foi sua mas a última coisa que faz é dar-lhe um sermão. Pelo contrário, escuta-o(a), pergunta-lhe se precisa de alguma coisa e/ou tenta animá-lo(a).
As coisas não estão sempre bem numa relação mas é importante saber que a pessoa de quem gostamos está normalmente mais preocupada em apoiar-nos do que em mostrar que tem razão.
#2: ELE(A) CONHECE A SUA HISTÓRIA
Há uma sensação de “estar em casa” associada à certeza de que a pessoa que amamos nos conhece muito bem porque simplesmente presta atenção àquilo que vamos contando e está mais centrada nesse conhecimento do que em fazer juízos de valor. Percebemos que podemos falar sobre o nosso passado, mesmo que ele inclua erros, vulnerabilidades ou traumas porque há alguém que genuinamente se importa, faz perguntas e respeita os nossos sentimentos. Isso não significa que nunca haja críticas ou mal-entendidos. Significa, isso sim, que a pessoa que está ao nosso lado nos mostra de forma clara que tem boas intenções e jamais usaria essa informação para nos prejudicar.
#3: ELE(A) INCENTIVA-O(A) A CONCRETIZAR OS SEUS SONHOS
Há poucas coisas na vida tão mágicas quanto a possibilidade de continuarmos a sonhar. Aos 20 anos até podemos achar que pararemos de sonhar depois de casar com o grande amor da nossa vida, ter filhos e um super emprego. Mas a verdade é que a maior parte de nós precisa de continuar a correr atrás de objetivos que deem cor à nossa vida. Para alguns podem ser coisas pequeninas, para outros serão passos gigantes com repercussão para o mundo à sua volta. Para algumas pessoas, experimentar coisas novas, viajar ou “colecionar” cursos e workshops é aquilo que as faz sentir vivas e entusiasmadas. Para outras, isso passa sobretudo pelo crescimento pessoal e pela entrega aos outros. Mas todos nós valorizamos a possibilidade de termos ao nosso lado alguém que valoriza os nossos sonhos e que faz o que está ao seu alcance para nos ajudar a concretizá-los (mesmo que isso implique que a vida familiar sofra algumas reviravoltas).
#4: DIVERTEM-SE JUNTOS
A vida a dois (ou a três ou a quatro, se houver filhos) não é sempre divertida. Há dias chatos, há dias de cão e há dias que parecem iguaizinhos aos dias anteriores porque não acontece nada que sobressaia. Mas quando sabemos que a monotonia não é eterna e quando vivemos com a certeza de que a pessoa que está ao nosso lado gosta de se divertir ao nosso lado, vivemos muito mais felizes. A família alargada e os amigos são muito importantes na nossa vida e somos muito mais saudáveis do ponto de vista emocional se pudermos contar com eles para momentos de descompressão e diversão. Quem é que nunca experimentou a sensação de voltar para casa muito mais paciente e com as baterias renovadas depois de uma saída com os amigos? A vitalidade de um casamento também depende da solidez da nossa rede de suporte. MAAAAAAAS numa relação a dois é preciso contar com muitos momentos em que... serão mesmo só os dois. Quando a comunicação flui e ambos se interessam genuinamente pelos gostos e interesses do companheiro é mais fácil combinar programas que permitam que ambos se divirtam.
#5: DISCUTEM (E ESTÁ TUDO BEM)
Ninguém gosta de discutir (embora às vezes possa parecer que sim) mas as discussões são praticamente inevitáveis numa relação genuinamente íntima. Sabermos disso e termos a liberdade para dizermos aquilo que sentimos, aquilo que pensamos ou aquilo de que precisamos é libertador. Claro que isso implica ter alguns cuidados, implica que haja limites e que quer um quer o outro reconheçam que há uma linha a partir da qual não se pode avançar. Discutir com respeito não é falar num tom de voz sempre calmo e apaziguador.
Mas depois há a genuína vontade de fazer as pazes, de voltar a namorar – mesmo que o assunto em questão não fique totalmente resolvido. Esta certeza de que as discussões não são o fim do mundo nem representam o fim da relação dá-nos a liberdade de nos revelarmos exatamente como somos e de nos sentirmos aceites, compreendidos e amparados.