Entre as conversas inofensivas com alguém que consideramos atraente e a infidelidade emocional, a fronteira nem sempre é clara. Há quem diga que só há traição quando há interação física. Mas será que é mesmo assim? E se houver mentiras? E se houver esforços para manter algumas escolhas em segredo? Quais são os sinais de infidelidade emocional?
Na Era das redes sociais e das aplicações de encontros, pode parecer que a infidelidade tem crescido de forma exponencial. A verdade é que há infidelidade desde que há casamentos e nem todas as pessoas precisam da Internet para ultrapassar limites que prejudiquem a relação. Mas a quem compete definir esses limites? De uma maneira geral, são os membros do casal que definem – de forma mais ou menos explícita – os contornos de cada compromisso. Por exemplo, para alguns pode não fazer sentido manter o contacto com ex-namorados. Mas para outros aquilo que não faz sentido é impedir que haja essa comunicação, sobretudo quando os sentimentos estão claros.
Aquilo que acontece é que algumas vezes uma pessoa compromete-se com um conjunto de “regras” e, de um dia para o outro, é confrontada com a vontade de fazer escolhas diferentes. Quando isto acontece EM SEGREDO, é muito mais provável que haja infidelidade emocional – mesmo que a própria pessoa não tenha consciência disso.
#1: MANTER CONVERSAS COM OUTRAS PESSOAS EM SEGREDO
Não há nada de errado em manter conversas com ex-namorados ou com outras pessoas quaisquer, desde que isso aconteça às claras. Quando os membros do casal estão de acordo e conseguem falar abertamente sobre estas relações, isso é um sinal da solidez da relação. O problema acontece quando há ESFORÇOS que são feitos para manter as conversas EM SEGREDO.
Podem ser encontros aparentemente inofensivos para tomar café ou trocas de mensagens via Facebook.
Quando isto acontece, é mais provável que a pessoa não esteja a prestar atenção às suas emoções e às suas necessidades afetivas e que venha a fazer escolhas de que se arrependa.
#2 MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NA APARÊNCIA
Há alturas em que nos sentimos mais motivados para cuidar de nós – porque apanhámos um susto, porque queremos ter uma vida mais saudável ou simplesmente porque estamos mais empenhados em tratar da nossa autoestima. Mas estas mudanças também acontecem com frequência depois de nos cruzarmos com alguém que nos atraia e a quem queiramos mostrar-nos no nosso melhor.
Algumas pessoas mudam a aparência de forma radical sem darem conta de que já têm sentimentos românticos por outra. Refiro-me a mudanças muito significativas e que ocorrem em pouco tempo. De repente, a pessoa passa a praticar muito mais exercício físico, perde peso e renova todo o seu guarda-roupa.
Ser capaz de parar para prestar atenção ao que está a acontecer e falar abertamente sobre isso com o companheiro é a única forma de evitar que haja escolhas impulsivas de que venha a arrepender-se.
Às vezes há pessoas com quem nos cruzamos que nos fazem sentir coisas que não sentíamos há muito tempo. Prestar atenção a essas emoções não implica qualquer forma de traição. Pelo contrário, pode ser uma oportunidade para revitalizar a relação.
#3: MARCAR ENCONTROS SEM O COMPANHEIRO
Qualquer pessoa tem o direito de cultivar amizades para além da relação. E tem a possibilidade de falar abertamente sobre isso com o companheiro. Ninguém tem a obrigação de contar tudo à pessoa com quem vive – todos os segredos, todos os detalhes. Mas uma coisa é manter alguma privacidade e outra, bem diferente, é fazer ESFORÇOS CONCRETOS para que os encontros com uma pessoa se mantenham EM SEGREDO.
Às vezes a pessoa engana-se a si mesma dizendo que são «só amigos» ou que o segredo está relacionado com uma tentativa de «evitar que haja chatices». A questão é que é mesmo muito mais provável que haja chatices se não prestarmos atenção aos sentimentos que nos levam a desviar-nos daquilo que combinámos – mesmo que de forma implícita – com o nosso companheiro.
#4: APAGAR MENSAGENS
Para quê que alguém escolhe apagar determinadas mensagens? Se há e-mails, mensagens de telemóvel ou Facebook que sejam apagadas de propósito «para evitar problemas», o mais provável é que já haja problemas.
#5 ESTAR SEMPRE A FALAR DAQUELA PESSOA
Quando há alguém que admiramos, que nos entusiasma, que nos faz sentir vivos, é natural que pensemos muitas vezes nessa pessoa e que conversemos sobre ela. Quando esses sentimentos são intensos, o interesse e o entusiasmo podem chamar primeiro a atenção de quem está à nossa volta. Às vezes, é o companheiro que repara no “entusiasmo excessivo” e não a própria pessoa.
#6: IMPACIÊNCIA
Há alturas em que os problemas no trabalho, as dificuldades de relacionamento com a família alargada ou o próprio cansaço nos roubam a paciência para as pessoas que mais gostam de nós. É normal e não tem rigorosamente nada a ver com qualquer forma de infidelidade. Mas quando a impaciência e a irritabilidade têm sobretudo um alvo – o companheiro – e não são justificáveis por nenhum problema em concreto, isso pode ser um sinal de alarme.
Quando surgem sentimentos românticos por outra pessoa, a disponibilidade para o companheiro pode diminuir drasticamente, ainda que a própria pessoa não dê conta de que esteja a apaixonar-se.
#7: TRATAMENTO ESPECIAL
Nós gostamos de ser tratados de forma especial, sobretudo pela pessoa que amamos, mas nem sempre nos lembramos de que ele(a) precisa dessas demonstrações. No meio da correria, dos afazeres e do cansaço pode ser mais fácil cuidarmos de tudo menos da nossa relação. Às vezes somos mais simpáticos, mais cuidadosos e mais atenciosos com os nossos chefes e clientes do que com a nossa família. Não é desejável, mas acontece.
Quando alguém trata de forma especial uma única pessoa – e não é o companheiro – esse também pode ser um sinal de alarme. Porque a verdade é que é exatamente assim que começam as relações amorosas – pela vontade de agradar, mimar, tratar de forma especial.
Quando os sinais de alarme aparecem, o mais importante NÃO é fazer braços-de-ferro para determinar quem é que tem razão. Aquilo que importa é ter a coragem de olhar para os sentimentos que estão a surgir e procurar fazer as escolhas conscientes que nos ajudem a fazer o caminho que queremos fazer.